quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Aprendiz de costureira

Esta é uma daquelas estórias que ficam pra contar muito tempo mais tarde.
Quando eu tinha uns dois anos de idade, ficava a maior parte dos meus dias com minha tia Lu que ainda era solteira e morava na casa de meus avós. 
Naquela época era comum as mulheres costurarem as próprias roupas, difícil não ver em uma casa um quadro exibindo um diploma de costureira.
Eu pequena não lembro, mas devia ficar atentamente observando cada movimento da minha tia querida, que hoje chamo de minha segunda mãe, minha mãe espiritual. Não me lembro muito de momentos com minha mãe que, tendo minha irmã recém nascida não dava conta das duas, meu avô materno e a tia Lu iam me buscar e me traziam pra casa da vó. 
Conta a tia, que um dia ao entrar no quarto dela em que eu estava sozinha, sentiu o sangue gelar ao me ver com a boquinha cheia de alfinetes enfileirados entre os lábios pequeninos.
Pensou, que se fosse brusca eu poderia me assustar e engolir os alfinetes. 
Com calma ela se aproximou e tirou os alfinetes da minha  boca.  
Minha tia conta que ela tinha esta mania, colocar os alfinetes na boca para depois prender na roupa que estava costurando e eu quis fazer igual. 
Por Sônia Regina
Foto tirada no ano de 1966 quando eu tinha dois aninhos! 

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Anjo meu

Quisera estar perto de ti
Me aninhar em tuas asas
E não mais ter que partir

Quem dera ouvir sua voz 
Anjo meu
sussurrando em meu ouvido
Palavras reconfortantes
Ir até o paraíso

Me perco em meus pensamentos
Em gotas vem meu lamento
Estar longe de ti
É hoje meu maior tormento.

Por Sônia Regina
imagem internet