Por amor - Recomeçar

Jonas alcançou Nina, agarrou-a por trás impedindo-a de seguir, 

ela soltou-se dos braços dele com firmeza.

“_ Aproveite o domingo, e vá pegar suas coisas.”  Disse ela voltando a caminhar em direção a estradinha de terra.

“_ Espere, vamos conversar?!!! “ Ele acalçou-a novamente agarrando-a pelo braço.
“_ Me solte, por favor? Não temos mais nada á falar um com o outro Jonas.” Ela disse isso com uma seriedade que o assustou, soube naquele momento, pelo seu tom de voz que ele jamais a teria novamente.
Ela continuou caminhando em direção a estrada anestesiada com o que havia acontecido. Ainda estava claro, com sorte poderia encontrar algum morador a caminho da igreja antes de escurecer, caso contrário caminharia mais de uma hora...no escuro, mas seu medo foi superado pela dor que sentia agora, suas lágrimas escorriam silenciosas.
Ouviu o barulho de rodas  enxugou as lágrimas, viu uma carruagem. O cocheiro parou, da janelinha um dos homens que estavam junto a ela no grupo em que foi apresentada durante a festa, perguntou:
“_ Para onde vai a senhora sozinha esta hora? “ Brincou o homem
“_ Vou para a cidade, poderia levar-me?”
O homem, ajudou-a a subir e continuaram o caminho.
“_ Encantado em conhecê-la, Heitor a seu dispor.” Apresentou-se o homem beijando-lhe o dorso da mão.
“_  O prazer é meu em conhecê-lo, Senhor. Maria Emília, ou melhor, Nina, é como sou chamada, um apelido de infância. Desculpe-me por meu atrevimento, já esta escurecendo e não é muito seguro á ninguém andar a esta hora por esta região.” 

“_ Não precisa se desculpar, é um prazer tão doce companhia, mas.. Se me permite perguntar, porque está voltando sozinha?”
“_ Não me senti bem, achei melhor ir para casa.”
“_ Se está se sentindo mal, podemos procurar um médico....”
“_ Não! Não é preciso, me sinto melhor, deve ter sido o calor, obrigada.”
E assim, foram conversando coisas triviais. Ela lhe disse que trabalhava na loja de antiguidades. Heitor animado disse ser amigo do dono da loja em que ela trabalhava, falou que era viúvo e que estava de viagem para visitar o filho que morava em Londres.
“_ É aqui, muito obrigada senhor Heitor, sou-lhe imensamente grata. “
Eles se despediram, Nina acenou vendo a carruagem se afastar.
Seu sorriso apagou ao olhar para a porta de casa, agora ela estava novamente sozinha, não era hora de chorar....era hora de recomeçar....

Por amor - A festa

O comportamento de Jonas como marido estava indo de mal a pior. 

Eles já não conseguiam mais se entender, pouco conversavam, Jonas começou a beber todos os dias, chegava tarde da noite e dormia na sala. 

 Ela desistiu de tentar um entendimento, ele se recusava a ver seus erros, aos poucos sua grosseria e seu desrespeito por ela aumentavam matando aos poucos todo amor que antes existia. 

A única coisa que havia melhorado nele e para ele, era sua dedicação ao trabalho. Era um empregado leal, justo, correto, não lhe faltavam qualidades e sua competência o tornou o administrador geral da fazenda.
Nina já estava decidida a deixá-lo, estava agindo segundo a orientação de seu patrão, que também era advogado.
Jonas chegou do trabalho, pela primeira vez em meses ele estava sóbrio e no horário.
Nina estranhou, mas manteve-se calada. Ele quebrou o silêncio:
“_ Sábado haverá uma festa na fazenda. Fomos convidados, já confirmei nossa presença.”....
No dia da festa, Nina se arrumou. Ficou feliz ao perceber que ainda era bonita, a quantos anos não se vestia daquela forma, desde que assumiu a vida simples ao lado de Jonas, embora ela sempre se vestisse com elegância , não lembrava mais de seu ar de nobreza.
Ao chegar à sala, Jonas a olhou de cima á baixo:
“_ Esta linda. Eu já havia me esquecido do quanto você é linda.”
“_Obrigada! “ Ela limitou-se ao agradecimento aceitando o braço de Jonas....
O salão já estava bem movimentado, músicos, mulheres em vestidos maravilhosos, homens elegantes. 

Lembrou-se das festas em que ia com os pais e pela primeira vez em todos estes anos, ela teve saudade e vontade de voltar a viver naquele meio.
“_ Boa noite, que bom que vieram, sejam bem vindos!" Disse a anfitriã que os recebeu acompanhada do marido.  "_Venha comigo Nina, vou lhe apresentar á algumas pessoa, assim não se sentirá deslocada.”   Jonas ficou lá conversando com o patrão. 

Nina foi apresentada a um círculo de pessoas, eram bastante animados, falavam de música, livros, etc. Não foi difícil para ela se entrosar com o grupo.
Observou ao longe Jonas já sozinho sair do salão, disfarçou das pessoas ao seu redor sua tensão e medo de que ele bebesse em demasia e fizesse um de seus escândalos.
Passados alguns minutos, foi atrás dele, ela conhecia a casa, quando tempos atrás Jonas foi admitido, ainda se lembrava dos ambientes. 

Disfarçadamente passava por entre os convidados que iam e vinham naturalmente. Não  o havia encontrado, decidiu ir ver fora da casa, sabia que na cozinha havia uma saída para o quintal, não queria sair pela frente para não despertar a atenção. 

Dirigiu-se para a cozinha, empurrou a porta, entrou fechando-a atrás de si, virando-se, perdeu a cor, suas pernas bambearam ao ver Jonas aos beijos, atracado com uma jovem moça, a filha do patrão dele.  Sobressaltados olharam para ela, sem acreditar no que os olhos lhe mostravam, Nina saiu correndo dali, seguida por Jonas....

A vaga

Uma grande empresa selecionou dez candidatos para concorrer a uma vaga.
Cada candidato foi entrevistado em particular.
Em seguida, foram levados a uma sala.
Já acomodados, receberam uma pasta da selecionadora que lhes explicou:
“_ Esta pasta contém três textos.  Vocês devem escolher o texto cujo tema mais lhe agradar.

Podem também, se desejar, optar por ler dois ou os três textos.  Não será a quantidade de textos lidos que garantirá a vaga. O tempo é livre e ao terminarem, façam no espaço reservado abaixo, as suas observações sobre a leitura, entreguem a pasta e estarão liberados.

Retornem na próxima segunda feira no mesmo horário para o resultado da seleção.

Boa sorte à todos.”
Todos abriram suas pastas pegaram os três textos:

1° tema - A importância da leitura
2º tema - Aproveitando as oportunidades
3º tema - Como impressionar as mulheres

“Bacana”, apelido de um dos dez candidatos pensou: 

 “Já que ler um ou três textos, não pesará na escolha do candidato, não vou ler os outros.” 

 Tirou da pasta o texto mais curto “Aproveitando as oportunidades.”  O mesmo tema foi o escolhido por outros cinco candidatos. Todos saíram  da sala após entregar as pastas, sorrindo satisfeitos, com cara de “Dever cumprido”. 

Três, dos dez candidatos escolheram o tema  “Como impressionar mulheres”.
Um único rapaz de nome José,  foi o último a entregar a pasta, bem depois dos outros candidatos.
No dia marcado para o retorno, todos compareceram na certeza que seriam “o escolhido”.
Foram acomodados na sala.
A selecionadora anunciou:
“_ Bom dia á todos, como sabem já fizemos a escolha do candidato!
O perfil do escolhido, foi o ideal para a vaga em questão!
Nós nos comprometemos a ficar com o contato de cada um, assim que houver um outro processo seletivo que se encaixe em seus perfis, entraremos em contato.
Agradecemos á todos pela participação! Alguém tem alguma dúvida? "

Todos começaram a fazer questionamentos.

A selecionadora, então lhes fez uma pergunta:

“_ Porque não perguntamos ao José, que foi o candidato escolhido, o que ele fez de diferente para ficar com a vaga? Depois, cada um de vocês analise em seu íntimo, se foi justa ou não a escolha dele!“
Todos concordaram. José caminhou até a frente obedecendo ao sinal da selecionadora e falou:
“_ Senhora, foram passados três textos idênticos aos dez candidatos, entre eles eu. Todos tivemos a mesma oportunidade e liberdade para escolher qual e quantos textos iríamos ler.
Eu li os três textos, não porque eu queria me sobressair aos demais, mas porque se a vaga fosse minha, em algum momento, estas informações poderiam ser importantes, mesmo parecendo palavras sem coerência ou sem importância, eu senti que cada um daqueles textos poderia ser útil para meu trabalho caso a empresa me escolhesse. Não me preocupei em acabar de ler rapidamente ou em saber qual seria minha carga horária, eu li, interpretei, filtrei cada uma das informações, eu li com seriedade, porque eu queria a vaga, e para isso, eu tinha que dar o melhor de mim.”
A selecionadora, deu um discreto sorriso, todos os candidatos foram se retirando e parabenizaram José, entenderam que a vaga estava nas mãos da pessoa certa!

“Nunca deixe de lado o hábito de ler para que a preguiça nunca seja maior que a vontade de alcançar seus objetivos”

A empresa e as personagens desta história não são reais.

Por Sonia

Por amor - A primeira crise

Nina acordou, aos poucos foi se lembrando da noite anterior, olhou para o lado, Jonas não havia sequer deitado na cama. Arrumou-se para o trabalho, ao chegar a sala, deparou-se com Jonas dormindo no tapete. Inutilmente tentou chamá-lo várias vezes, ele se agitava, praguejava, a empurrava, não acordou. Decepcionada, pegou sua bolsa e foi para a loja.
Enquanto caminhava, pensava que alguma coisa havia mudado, o que haveria acontecido? Este comportamento de Jonas definitivamente não a agradava. Conversaria com ele a noite, em casa após o jantar...
“_Você pode me explicar o que foi “aquilo” ontem? “ Perguntou-lhe
“_Aquilo o que? “ Retrucou ele em tom agressivo enquanto lustrava os sapatos.
“_Escute aqui, não me subestime Jonas, não vou admitir que você me trate desta forma, vamos conversar civilizadamente? ...O que está acontecendo? ... Meu marido sai de casa pela manhã, um homem que não conheço volta pra casa, dorme no tapete... embriagado, agora me trata como se não me conhecesse?” Nina andava pra cá e pra lá com a mão na cintura esperando a resposta.
“_ Não tenho o que explicar Nina... as coisas mudam, pessoas mudam, cada um é livre à tomar suas próprias decisões... Ou não? ” Disse ele numa naturalidade impressionante.
“_ Mas... só me faltava esta agora. Então me fale. O que mudou... quem mudou? Asseguro que não fui eu.” Um silêncio incômodo tomou espaço entre os dois, até Jonas o quebrar:
“ Olha, Vamos deixar isso pra outra hora, depois conversamos, agora tenho que sair.”
“_ Vai sair está hora? Aonde vai Jonas? Posso saber? E como...deixar pra outra hora? Não... definitivamente... alguma coisa esta acontecendo, e você vai me falar, nunca tivemos este comportamento um com o outro.” Nina falou, com os olhos cheios de lágrimas. Jonas caminhou em direção a porta, pegou seu chapéu, olhou para Nina e falou:
“Não me espere, vou demorar, amanhã falaremos sobre isso!”
Não era possível que as coisas mudassem de uma hora para outra desta forma, ela estava arrasada e incrédula com este comportamento do marido. Por um instante permitiu-se voltar no tempo, lembrou-se da opressão e submissão que foi obrigada a viver ao lado de Fabrício. Respirou fundo, enxugou a lágrima decidida a fazer tudo diferente, não iria se submeter aos caprichos de mais um homem, mesmo o amando e sendo ele seu marido, ela não daria à ele poder sobre ela ...

Por Amor - Buscando a felicidade

Nina e Jonas, começaram a nova vida em um vilarejo não muito distante, um local bem pequeno, onde todos se conheciam, os falatórios pelo novo casal da cidade, uma branca e um negro, já nem mais se ouvia, não foi fácil, mas estavam começando a ser respeitados e aceitos. 

Nina,  trabalhava em uma loja de antiguidades, Jonas ajudava a administrar uma das inúmeras fazenda da região. 

Quatro anos haviam se passado desse o dia em que ela saiu da casa dos pais com Jonas, para juntos buscarem a felicidade  com a cara e a coragem, um cavalo, umas poucas roupas.

O dinheiro que o pai de Nina ofereceu a Jonas, foi o suficiente para que comprassem uma casa simples, porém muito confortável na cidade. 

A vida transcorria bem, ambos saiam pela manhã e voltavam ao entardecer.
Nina esperava por Jonas para o jantar, todos os dias, mas neste dia, Jonas não aparecia, preocupada, foi inúmeras vezes até a janela e voltou, nada conseguia prender sua atenção. Horas depois, quase de madrugada, ouviu o barulho no portão, correu para olhar na janela, era Jonas. Abriu a porta depressa, preocupada perguntou à ele:
“_O que aconteceu? Você nunca se atrasou deste jeito!!!”
“_ Nada mulher, eu só estava jogando conversa fora na adega do seu João.” Jonas estava completamente bêbado, falava arrastando, e exalava um cheiro de bebida insuportável. 

“_ Jonas, você está imprestável. O que deu em você? Nunca foi dado a bebedeiras!”

“_ Num enche Nina, vou pra cama.”
“_ Não senhor, vá tomar um banho, na minha cama você não deita neste estado!” 

Jonas virou-se para ela apoiando-se na parede, balançando a ponto de quase perder o equilíbrio, e foi para a sala de banho. 

Nina ficou sem reação, não acreditava no que estava vendo, em sua mente voltaram as terríveis lembranças das bebedeiras e agressões de Fabrício,  pensou que nunca mais sentiria aquele cheiro horroroso. Foi para o quarto, deitou-se e ficou esperando Jonas chegar, fingiu que estava dormindo uma forma de se proteger caso ele tenta-se fazer amor... naquela noite ela não queria que isso acontecesse, já bastava as noites sofridas com Fabrício, estas lembranças a tanto adormecidas, estavam vivas e só agora ela percebia isso....

Vida

A gente muda com o tempo, quem nos conheceu aos quarenta, talvez não nos reconheça após os cinquenta. 

Pra falar a verdade, eu gosto mais desta, embora eu ame toda as "meninas e mulheres" que viveram e vivem dentro de mim. 

O tempo passa, as rugas aparecem, a lei da gravidade inevitavelmente começa a atuar, em nosso rosto, braços, pernas, etc...

E é ai, que você começa a ver como a vida é simples, boa de viver, apesar dos tropeços, dificuldades, enfermidades, e tudo que são incidentes nesta grande jornada. Você entende depois dos cinquenta, que é por isso que dizem que "a vida começa aos quarenta".  E então, todos nós pensamos:
"Eu queria ter a forma de ver a vida, a forma de pensar que tenho hoje, quando eu tinha trinta anos ou menos, quem sabe as coisas seriam diferentes?
Não, não pense assim, porque você se tornou quem é hoje, por todas as escolhas e decisões que teve até aqui, e em cada um daqueles momentos, foi exatamente como você escolheu ou decidiu, foi o que você quis, foi o que te fez feliz!
Nesta caminhada toda, esta forma de pensar e agir que hoje tem , não seria a mesma, se tivesse novamente trinta anos!

Mulher

Toda mulher é mãe, independente de ter dado a luz.

Pra ser mulher e mãe não basta gerar ou parir uma criança,

Ser mulher e mãe, é muito mais que isso.

Ser mãe é amar a obra de suas mãos,

Ser mulher é se orgulhar de quem é e do que faz.

Mulher é mãe dos filhos que gera, dos filhos do coração.

Mulher é mãe de quem se aproxima dela.

Toda mulher é um pouco mãe, de marido, animais de estimação,

Somos mães, dos nossos irmãos, afilhados,

amigos, filhos de amigos.

Nos tornamos Mulher.... quando nos tornamos mãe de nossos pais,

Somos mães do que criamos, das obras feitas

com carinho por nossas mãos, sejam na cozinha,

na costura, varrendo rua, lavando carro, dirigindo caminhão.

Qualquer atividade exercida por uma mulher, é "cria" dela....

Mulheres que não geraram, não pariram, não criaram um filho.

também são mães sim, acalentam como mãe quem precisa de colo,

toda mulher tem amor maternal, na mesma intensidade, para tudo e para todos.

Geramos e parimos sim, todos os dias a semente da paciência,  da persistência e da força.

Nós mulheres geramos amor, damos a luz ao sorriso e parimos com ou sem dor, nosso valor. 

Quando?

Quando confiamos em Deus e colocando-nos sob a confiança de que nosso anjo da guarda, sempre fará o melhor por nós, nos tornamos invisíveis à qualquer força contrária aos verdadeiros sentimentos e intenções que existem em nosso coração. 
Estaremos protegidos de qualquer energia nociva. 
A luz de Deus chega até nós, através de nossas orações e de seus mensageiros fieis... os anjos. estes rápidos, divinos e invisíveis amigos, torcem por nós, nos incentivam e sorriem ao nos verem felizes. Querendo ou não todos tem o seu, os anjos estão sempre nos cercando e protegendo, interferem em atitudes de pessoas que poderiam nos fazer mal. 
Certa vez me perguntaram:
"Mas porque tantas atrocidades acontecem no mundo, sem que Deus ou os anjos interfiram para impedir verdadeiras tragédias?"
Eu respondi segundo o que disse meu coração:
"Quantas vezes você falou com Deus apenas para agradecê-lo pela vida? Falamos com ele para pedir... pedir... pedir... Só quando precisamos, não é mesmo?
Quantas vezes você liberou seus pensamentos para falar com seu anjo da guarda? Só para dizer à ele uma simples frase de gratidão por sua proteção?"
Ninguém entra na sua casa se você não abrir a porta, meu anjo, mas...mesmo que alguns de nós não aceitemos a existência de Deus, de seus anjos, de um poder supremo, ele não nos acusa, não nos julga, não nos rejeita. Soberano como é... continua a velar pelo ser humano, mesmo a revelia de sua criação, olhando por ele, e muitas vezes o livrando até mesmo do que ele não conseguirá ver como milagre.
Acredite, além das nuvens alguém sempre nos observa...

Inspiração

Podem te julgar, criticar, não gostar de você,

não se importe com o que vem de fora,

a luz vem de dentro,  quem a quiser pode tê-la.

Não somos feitos de aço, nem mesmo temos coração de pedra,

temos qualidades....mas também...muitos defeitos.

Achar que somos perfeitos é nossa maior vaidade.

Antes de maltratarmos ou maldizermos alguém,

devemos “calçar seus sapatos, trilhar seus caminhos, 

levar seus tombos" e mesmo assim 

não terás o direito de faltar-lhe o respeito .

Não cultive o orgulho, semeie humanidade,

Olhe para dentro de si, não somente  para si mesmo,

Só se perdoa quando se ama,

Só se doa quando se tem sobrando.

Se o grande mestre Jesus disse:

“Quem nunca pecou atire a primeira pedra”

Quem somos nos para atirar a pedra em alguém.

Quem te conhece sabe exatamente quem é

Quem não te conhece, não tem o direito de dizer nada.

Não se preocupe com o que os outros pensam de ti,

Mostre com suas atitudes, que eles estavam errados.

Cada um sabe o quão grande é  seu valor!

Noite de inverno

Tem dias que a tristeza chega

Em noite fria de inverno

Solidão quer  tomar conta

vem gelando o coração.

Encontro o calor que preciso

nas teclas que quebram o silêncio.

Calando sentimentos 

que não cabem na canção

Rimando versos que não querem dar o tom

Buscando lugares que não inspiram emoção

Entre barulhos vindos do mundo

Luzes que rompem a escuridão

Vou deslizando meus dedos

Em meu companheiro de sonhos

Fazendo nascer num instante 

no espaço vazio que antes tinha,

minha tão simples poesia.

Por amor – última parte

Filomena gritou para o capataz, carregaram Nina para dentro de casa. 

Chamaram o médico, e a mãe de Nina.

Fabrício pegou seu chapéu e saiu, sem dizer onde iria.

_ O médico desta vez saiu com a fisionomia carregada, olhou para a mãe de Nina e disse:

_ Sinto muito, ela perdeu o bebê! 

Neste momento a mãe de Nina começou a chorar,

E pressionando a governanta, descobriu todas as atrocidades que Fabrício fazia com a filha.

Neste momento ela decidiu que apoiaria Nina, a ajudaria a se livrar desse martírio.  

Entrou no quarto, Nina estava adormecida, acariciou o rosto da filha que despertou.

_ Meu amor, como está se sentindo?

_ Mamãe... eu não cai da escada!

A mãe lhe fez sinal de silêncio, e disse calmamente;

_Já pedi que Filomena arrume suas malas, você vai para casa comigo, não a deixarei mais nenhum dia com este homem doente.

Nina, chorando de alegria e dor, abraçou a mãe, e sentiu neste momento

que jamais seria novamente humilhada e usada por aquele homem asqueroso.

Ao entrarem na casa da mãe, o pai se aproximou dela e a abraçou carinhosamente.

_ Filha, me perdoe, me recusei a ouvir quando me pedia,

eu não consegui enxergar quem realmente era Fabrício! Perdoe-me, 

a casa é novamente sua, aqui estará protegida!

Nina sorriu em agradecimento, não disse palavra alguma.

Passaram-se alguns meses, Fabrício havia ido várias vezes a casa dos pais de Nina, fazer seus escândalos, ameaçava, gritava, sempre fazia isso em estado de grande embriaguez, estes estados já haviam se tornado comuns ao seu comportamento desde que o abandonara.   

Soube tempos depois, que Fabrício havia levado outra mulher para morar com ele, fazia festas e orgias todas as noites. 

Nina sentiu-se leve, livre da opressão daquele que não queria nunca mais nem ouvir o nome.

Certa tarde,  Nina foi até a choupana, pensava em seu íntimo: "Será que Jonas ainda mora aqui?"  Encontrou a casa vazia, percebeu que estava abandonada... e chorou, era a única coisa que restava.

Sentou-se em uma das cadeiras, e olhava ao seu redor relembrando as alegrias, os momentos com Jonas...  Levantou-se pois já ia começar a entardecer, olhou pela última vez 
com tristeza para dentro e fechou a porta. 
Virando-se para ir embora, viu Jonas parado logo a sua frente.

Estava vestido elegantemente, ela aproximou-se dele, que a abraçou com carinho, recompensando todo seu sofrimento. Olhando em seus olhos, ele explicou:

_Venho sempre aqui, no mesmo horário, todos os dias, 
não deixei de vir um só dia, estava a te esperar!

Falaram muitas coisas enquanto iam a cavalo  em direção a casa grande.

Nina, entrou na casa levando Jonas pela mão, os pais estavam sentados á mesa de jantar;
olharam um para o outro, apontaram a Jonas uma cadeira  jantaram, conversaram. 

Sentiam que uma nova vida começaria!

Jonas despediu-se dos pais de Nina, dirigiram-se para a porta, 
Nina abraçou a mãe, enquanto seu pai aproximou-se de Jonas, 
deu-lhe um pequeno alforje, e recomendou:

_Esta é uma pequena quantia para que se estabeleçam, Faça minha filha feliz Jonas!!!

Sorriu-lhe apertando a mão.

Nina montou na garupa de Jonas, agarrou-se a sua  cintura, acenou aos pais, e saíram a galope, 
juntos rumo a uma nova vida,  não seria fácil, eles sabiam disso, mas o amor que tinham um pelo outro, superaria qualquer barreira, agora Nina estava feliz.

                                                                     FIM

Por amor 5º Parte

Nina estava feliz, apesar de abatida, estava feliz por saber que teria agora um filho.
Olhou para fora da janela, o sol estava bonito, vestiu-se, e saiu para andar pelo jardim,
A governanta tirando o avental ia acompanhá-la. Mas ela disse sorrindo:
_ Não precisa Filomena, estou bem, vou sozinha. Quero andar, respirar ar puro, o dia está lindo!!!
_ Mas senhora...
_ Já disse, cuide de seus afazeres.
Fechou a porta atrás de si, deixando a governanta com ar de preocupação.
Voltou uma hora depois, sorria para si, pensando no filho que carregava no ventre, e olhando para a barrida ainda imperceptível, deveria estar dois meses, pensava... o tempo em que estava casada com Fabrício. Chegou em frente a porta de entrada e sentou-se no degrau enquanto olhava para as árvores, as flores e sentia o sol bater-lhe no rosto.
_ Onde a senhora estava? Posso saber? A voz atrás de si a fez tremer, o medo tomou conta dela, era Fabrício.
_ Eu fui passear pelo jardim, tomar sol, ver o dia lindo! Nina forçou o riso.
_Eu não disse que só saísse de casa em companhia da governanta? Disse ele em tom agressivo.
_ Mas não há necessidade senhor, eu andava pelo jardim, não atravessei os portões da casa.
Então, Fabrício lhe deu um chute, Nina desequilibrou-se e rolou escada a baixo, olhou para Fabrício

Chorando de revolta, ódio, e todos os piores sentimentos que poderia sentir uma mãe que sente seu filho ameaçado.
_Porque fez isso? Estou esperando um filho seu? Dizia chorando de dor na alma e no corpo, 

_ Será mesmo que o filho é meu? Fabrício retrucou sorrindo ironicamente.
_ Deve ser do seu namoradinho... eu tenho olhos verdes, vamos ver se é meu mesmo!
Deu as costas, entrando na casa sem socorrê-la.
Nina gritou pela governanta, que a socorreu...

Por amor 4ª Parte

Nina entrou em sua casa, foi acolhida pela mãe 

que se horrorizou com sua aparência e estado emocional.

Nina dirigiu-se ao pai e perguntou:

_Onde está Jonas?

_Porque quer saber? Esqueça este...

_Este... o que papai?  Saiba que ele é um homem muito honrado! 

Mais do que aquele que o senhor me obriga a casar. 

Respondeu Nina, perdendo a cor ao ver Fabrício surgir da biblioteca. 

Baixou a cabeça, tinha medo dele, de sua agressividade, de suas reações sempre tão brutas....  

Jonas fora solto Nina se certificou disso com sua mãe, alguém que confiava muito, e que tentará inutilmente persuadir o pai a mudar de ideia, e libertar a filha deste casamento, 

que nada mais era do que negócios, mas foi em vão,

....Eles se casaram, Na noite de núpcias, Nina foi levada para aquela que agora seria sua casa, 

ela viveria ali com Fabrício, não teria mais a proteção, conselhos e companhia da mãe.

Nem mesmo os encontros cheio de amor e ternura com Jonas...

Fabrício jogou Nina sobre a cama e consumou o casamento, 

ela começou a chorar, protegendo sua nudez com a camisola. 

Olhou o sangue que marcou o lençol, ali... naquela mancha de sangue, ficou a menina, de onde veio seu apelido, e nasceu a mulher.  Ao vê-la chorando, Fabrício gritou;

_ Porque chora? Não fui o primeiro homem que você teve! Não seja infantil. 

Nina sabia que ele era o primeiro, nunca teve nenhum contato íntimo com Jonas.

_ Mas Fabrício eu nunca tive..... foi interrompida por um tapa na cara que marcou sua face.  Chama-me de senhor. Fabrício saiu do quarto, deixando Nina  chorando, até adormecer sem esperanças, 
cheia de  tristeza e sofrimento...

Passaram-se dois meses desde o casamento, em todos os dias,

Fabrício entrava no quarto, satisfazia seu desejo, e saia para as noitadas.

Em uma destas noites, Nina sentiu-se mal, chamou a governanta da casa, e desfaleceu.....

_ Dr. o que tem minha filha, disse a mãe de Nina.

_ Senhora, nada que se preocupar, ganharás um neto. Anunciou o médico sorrindo

A mãe de Nina entrou no quarto, feliz parabenizou a filha, 
que pela primeira vez depois de tanto tempo sorriu novamente.

Por amor 3ª Parte

Jonas disse a Nina que estava morando na choupana perto do rio,

combinaram então, que se encontrariam todos os dias naquela mesma hora,

lá que agora seria o refúgio de ambos.
_Nina! Um grito chegou como uma espada em seus ouvidos,
Num piscar de olhos Fabrício golpeou o rosto de Jonas,   Nina o viu esticado no chão com o rosto sangrando, enquanto era arrastada pelo braço por Fabrício. 

Ele a prensou no muro que ladeava a casa.
_O que você está pensando que está fazendo? Disse ele com os dentes serrados.
Nina chorava, e olhava para Jonas estirado no chão a certa distância deles.

Fabrício, agarrou-a pelos braços, chacoalhando com brutalidade, 

enquanto falava com ira nos olhos:

_ Você é minha entendeu?....Entendeu? 

Nina balançou afirmativamente a cabeça, tentando controlar o choro, e a ira de Fabrício ....
Os dias se passaram, Jonas e Nina se encontravam todos os dias na mesma hora na choupana, conforme haviam combinado, trocavam carícias, promessas, juras de amor.
Agora ajoelhada no chão, chorava pelo plano interrompido, ela esperava por Jonas para fugir da cidade antes do casamento. Foram descobertos, o pai de Nina, 

desconfiado de suas andanças de hora certa, mandou que a seguissem. Pegaram Jonas, e o levaram para a casa grande. Quem foi ao encontro de Nina na choupana foi seu pai...
Agora, ela precisava voltar para casa, e salvar aquele que era o único homem que ela realmente amava.

Por amor 2ª Parte

Nina levantou-se do chão com a roupa e o rosto cheio de lama e lágrimas, 

dirigiu-se a choupana. Desolada, olhou para a cama e caminhou até ela, 

ajoelhando-se, acariciou o tecido simples do lençol, e aos prantos puxou-o 

para junto de sua face, como se assim pudesse sentir-se perto de seu amado.

Sua memória começou a trazer-lhe lembranças de sua vida até este momento....

Era tarde de verão, Nina chegou sorrindo e feliz de uma cavalgada com Jonas, 

ele levou os cavalos para o estábulo e ela entrou na casa grande. 

Neste dia apresentaram-lhe Fabrício, homem bonito, cabelos claros, 

olhos verdes, traços fortes e marcantes.  
O problema é que; o que ele tinha de bonito, 

tinha na mesma intensidade frieza e crueldade.

Com permissão do pai, Fabrício, começou a fazer-lhe á corte,

mesmo com a resistência de Nina...Saíam quase todas as tardes, sempre acompanhados 
de uma serviçal da casa. Em uma destas saídas, Fabrício ausentou-se,

deixando Nina e a sua acompanhante esperando, incomodada com a demora, 
elas embrenharam na mata fazendo o caminho que possivelmente ele havia feito. 
Alguns minutos de caminhada, e depararam-se primeiro com as roupas de Fabrício 
jogadas pelo chão e o viram com uma mulher, ambos estavam nus, 
em total intimidade um com o outro. 

Nina e sua acompanhante, voltaram correndo à casa grande.... 
Seu namoro com Fabrício,  estava deixando-a triste, 
não tinha mais a alegria de antes, não encontrava mais Jonas, e seus passeios
juntos já não aconteciam mais. Em uma tarde, Nina saiu sozinha
para passear nos arredores da casa, ouviu um assobio, virou-se...
ao ver Jonas acenando para ela atrás de uma árvore, 
correu ao seu encontro e se jogou em seus braços, 
a alegria de ambos era tão grande que o primeiro beijo aconteceu ali mesmo,  
sem espera, sem ansiedade, apenas aconteceu, numa explosão de amor, carinho e total entrega....

Por amor

Por volta do ano de 1800, 
Nina estava sozinha, sentada naquela pequena choupana, feita de bambu e coberta de palha! 
Ali havia somente uma cama improvisada com colchão feito também de palha, um pequeno forno, uma mesa e duas cadeiras, utensílios domésticos diários improvisados.
O refúgio simples, ficava na beira da estrada de terra que beirava o rio, havia muita vegetação ao redor, e pouca gente passava por ali. Raríssimo, era ver uma carruagem ou alguém a cavalo. 
Nina tivera uma educação requintada, sua família era de nobres, seu pai fazendeiro e militar! 
Suas roupas e seus modos destoavam totalmente do local onde estava agora.
Havia deixado seu cavalo escondido atrás da choupana preso a um pedaço de madeira preparado para isso, ouviu um trotar de cavalo, e saiu alegre para encontrar seu amor. 
Sim, ela era apaixonada... por um escravo, continuou a encontrá-lo após ser alforriado. 
Neste que era um refúgio para o amor de ambos, ele tinha como morada!
Ao deparar-se com o homem sobre o cavalo,  seu sorriso esvaiu-se,
"_ Pegue já sua montaria, venha comigo agora." Disse o pai.
"_ Papai eu não vou, não me casarei sem amor, não me obrigue a casar com aquele homem asqueroso!" Falava ela chorosamente com desespero.
"_ Você não tem o que querer Nina! Prefere ficar se encontrando às escondidas 
com aquele forro? Que vida terá? O que espera que ele lhe ofereça?" Dizia o pai com o rosto alterado, enquanto tentava controlar seu cavalo que rodava e torno de si mesmo. 
"_ Vamos Nina... não me faça perder a paciência!"
"_ Não vou!" gritou ela.
" _ Dou-lhe uma hora para encontrá-la em casa...  não deixe de ir..." disse o pai com riso sarcástico.
"Aquele que tu  esperas... está sob minha guarda, e vai morrer.... se em uma hora tu não voltares para tua casa!"  E saiu a galope para a casa grande!
"Nina, sem saber o que fazer, ajoelhou-se no chão de terra ainda molhada pela chuva da noite anterior.  Seu vestido rosa pálido, já estava arruinado pela lama, 
Ela soltou um grito e chorando enfiou os dedos delicados na terra. Em sua revolta e rebeldia passava a lama no rosto e  na roupa, como se assim pudesse extravasar sua dor, 
Iria se casar sem amar,  para que o homem que ela realmente amava pudesse continuar a viver!....

Saudade

Quem nunca chorou de saudade,  
não sabe o que é bem querer,
por mais que se queira evitar, 
difícil é não deixar a lágrima rolar.
Lembranças de um dia... 
saudades de um momento... 
se a dor é subjetiva, penso que saudade também ...
cada um tem um jeito 
de enfrentar...a dor ou a saudade.
A dor eu quero esquecer... 
mas...se tudo que restar for a saudade...
terei certeza que vivi...o melhor que pude 
o que naquele momento foi pra mim
a verdadeira felicidade!


Uma foto de minha participação no programa Zás-Trás!
Ano de Produção: de 1958 a 1965, de 1965 a 1970 e 1972. 
Companhias Produtoras: Tv Paulista e Rede Globo.
 Preto e Branco.

Abra um sorriso

Busque sabedoria, creia em Deus. Seja pacífico por dentro, fortaleza por fora, que seu saber, supere os instintos, esqueça o egoísmo, compartilhe seus conhecimentos. Aceite os limites humanos! Admire e respeite seus professores. De atenção aos idosos, brinque com as crianças. Caminhe com confiança, não dê espaço à arrogância. Descarte de vez preconceitos. Treine... paciência, tolerância e empatia!
Respeite seus pais, converse com seus filhos. Não maltrate os animais, regue as plantas, ouça os passarinhos! Conforte os que sofrem, ampare a quem chora. De pão a quem tem fome, água a quem tem sede. Que não lhe falte a esperança, que a fé sempre prevaleça, tenha por companheira a humildade. Não se envergonhe da bondade, agradeça o universo, comemore a vida, abra um sorriso a quem gosta de ti!

"Tome um vinho comigo?" 2ª e última parte

"Tome um vinho comigo?" 2ª e última parte

Nina acordou com dor de cabeça,
aos poucos a realidade veio a sua mente,
uma lágrima quente brotou de seus olhos!
"Como ele pode fazer isso? Como pode mentir tanto?"
Murmurou para si mesma.
Queria entender, achar um porque de tamanha decepção.
Esta não era a primeira vez que passava por esta dor,
sabia que iria se reerguer; mas agora,
ela precisava encontrar força para continuar!
Pegou alguns de seus livros que falavam de anjos,
encontrou em um deles, algumas explicações;
que para ela,  neste momento... eram as mais plausíveis,
concentrou-se em  frases soltas,  de alguns capítulos:
"Quando escrevemos para o anjo,
devemos ser explícitos em nossos pedidos,
ser o mais claro possível.... Anjos. não tem noção de tempo....
eles trazem o que você pedir....Não podemos esquecer que;
os seres humanos tem um livre arbítrio,
são instáveis e mutáveis em seu comportamento,
pensamentos, e sentimentos.... Anjo não erra!
O ser humano é quem muda!"
Para Nina, isso já bastava, apesar de ter sido apenas
sete meses de convivência com José Eduardo,
depois do dia em que ele a conheceu
e entregou-lhe a orquídea, ele havia mudado sim,
mas ela tinha sido feliz até o dia anterior.
Chegou de frente ao espelho, observou os olhos inchados,
olhou para o lado com  a impressão de ter ouvido
uma voz, sentiu soprar em seu ouvido palavras
que tocaram seu coração:
"O que não tem base sólida, vem por terra.
A vida é feita de ciclos! O momento é de reconstrução,
erga a cabeça,  não olhe para trás,
não se prenda aos escombros, eles ficarão no passado,
use-os apenas como escada, para chegar ao topo! "
Nina olhou para seu reflexo no espelho,
percebeu que agora ela era quem mais precisava
dos maiores cuidados e carinhos, naquele momento,
decidiu não chorar mais, ficaria do seu próprio lado
iria novamente começar a trilhar o que ela sempre sonhou,
queria viver, sorrir e ser feliz!

"Tome um vinho comigo?" 2ª e última parte

Nina acordou com dor de cabeça, 
aos poucos a realidade veio a sua mente,
uma lágrima quente brotou de seus olhos!
"Como ele pode fazer isso? Como pode mentir tanto?"
Murmurou para si mesma.
Queria entender, achar um porque de tamanha decepção.
Esta não era a primeira vez que passava por esta dor, 
sabia que iria se reerguer; mas agora,
ela precisava encontrar força para continuar!
Pegou alguns de seus livros que falavam de anjos,
encontrou em um deles, algumas explicações;
que para ela,  neste momento... eram as mais plausíveis, 
concentrou-se em  frases soltas,  de alguns capítulos:
"Quando escrevemos para o anjo,
devemos ser explícitos em nossos pedidos,
ser o mais claro possível.... Anjos. não tem noção de tempo....
eles trazem o que você pedir....Não podemos esquecer que;
os seres humanos tem um livre arbítrio,
são instáveis e mutáveis em seu comportamento, 
pensamentos, e sentimentos.... Anjo não erra! 
O ser humano é quem muda!"
Para Nina, isso já bastava, apesar de ter sido apenas  
sete meses de convivência com José Eduardo, 
depois do dia em que ele a conheceu 
e entregou-lhe a orquídea, ele havia mudado sim,
mas ela tinha sido feliz até o dia anterior.
Chegou de frente ao espelho, observou os olhos inchados,
olhou para o lado com  a impressão de ter ouvido
uma voz, sentiu soprar em seu ouvido palavras
que tocaram seu coração:
"O que não tem base sólida, vem por terra.
A vida é feita de ciclos! O momento é de reconstrução,
erga a cabeça,  não olhe para trás, 
não se prenda aos escombros, eles ficarão no passado,
use-os apenas como escada, para chegar ao topo! "
Nina olhou para seu reflexo no espelho, 
percebeu que agora ela era quem mais precisava 
dos maiores cuidados e carinhos, naquele momento,
decidiu não chorar mais, ficaria do seu próprio lado
iria novamente começar a trilhar o que ela sempre sonhou,
queria viver, sorrir e ser feliz!

Este é um segundo final para a história
o primeiro foi perdido, Obrigada! 

"Tome um vinho comigo?" 1ªParte

Era noite de quinta feira, Nina estava feliz,
havia arrumado a mesa, colocou taças, vinho, flores.
Se vestiu, arrumou os cabelos.
passou seu perfume preferido, estava pronta!
Sentou-se na sala para esperar José Eduardo chegar,
fazia sete meses que estavam juntos!
Apesar das constantes ausências dele 
por viagens de trabalho, tudo transcorria bem.
Uma hora passou,  "Será que o voo atrasou?" 
pensou, pegando o telefone e  discando o número dele.
"Alô", atendeu uma voz feminina, 
"Desculpe foi engano"
Nina discou novamente, 
José atendeu, como voz de poucos amigos.
"Oi Nina"
"Oi Jô, (era como ela o chamava)
"Precisamos conversar, mas não hoje... não agora."
"Espere ai, não estou te entendendo, esqueceu o jantar?"
"Nina...não posso falar com você agora!"
" José Eduardo, você está brincando?"
"Não Nina, falo sério! Não posso explicar nada agora!"
"Ahh.... você vai falar...e agora...já, o que está acontecendo?
"Nos falamos amanhã, tá bom? "
"Você não pode estar falando sério...acabe com esta história descabida!!!"
A voz feminina do outro lado veio elucidar aos berros 
o que parecia ser um pesadelo...mais um pesadelo na vida de Nina.
"Escute aqui mocinha, seu namorico acabou... o seu "Jó" 
não lhe disse que era casado???.., Então eu digo" 
Falou a mulher ironicamente. 
"Ele é casado e pra seu conhecimento tem dois filhos comigo!"
A mulher gritava quando foi  interrompida pela voz de José...
"Nina, amanhã conversamos e te explicarei tudo..."
"Isso é verdade? "
"Explicarei tu... " ela o interrompeu
"É verdade ou não o que ela disse?"
"Sim Nina! Amanhã conver...."
Ela não o esperou terminar a frase
"Adeus José Eduardo!!!"
Nina desligou o telefone tremendo e  chorando copiosamente, 
arrancou a toalha da mesa pela raiva, tudo foi ao chão, 
transformando em cacos o que antes parecia harmonia...
adormeceu no chão aos prantos. 
Teve um sonho, nele conversou com seu anjo, 
como sempre fazia quando estava triste e sozinha,
sentiu um calor percorrer seu corpo. 
Acordou e  levantou os olhos,
surpreendeu-se ao ver as taças e o vinho intactos caídos sobre a mesa,
como o anjo havia mostrado em seu sonho. 
Fez o que pediu à ela que fizesse... encheu as taças de vinho... 
enxugou as lágrimas, dirigiu-se ao espelho,
levantando a taça como num brinde, perguntou pra si mesma: 
"Tome um vinho comigo? "
Neste momento atrás dela... o anjo apareceu... 
erguendo a outra taça, disse à Nina:
"Um brinde a sua alegria, a nossa força e ao raiar de um novo dia!"
...... 

Pra ser feliz

Pra ser feliz a gente precisa amar, deixar de lado a vergonha, ter coragem de demonstrar sentimentos, derrubar o orgulho e chutar a arrogância.
Pra ser feliz a gente tem que esbanjar, não seja econômico com alegria, sorrisos, boas palavras, bons pensamentos.
Pra ser feliz, não crie expectativas em relação a outras pessoas, aprenda que ninguém é de ninguém, somos livres para viver nossos sentimentos. Amor não se compra, amor acontece, e nem sempre é correspondido, é a vida! 
Pra ser feliz, não julgue quem decidiu ter uma opção de vida diferente da sua, quem ama de verdade, aceita as pessoas tal como são.
Pra ser feliz, dia ou outro reserve-se o direito de tomar um café com um amigo, de jogar conversa fora, falar besteiras, sorrir sem porque. 
Pra ser feliz fale de tudo um pouco... não fale mal de ninguém, esqueça a vida dos outros, fale a vontade da única coisa que te diz respeito... a sua própria vida! 
Seja feliz pra você mesmo, tenha orgulho de ser quem é, e lembre que nem todo mundo é obrigado a te querer bem, mas você.... ahhh você tem obrigação de se amar e ser feliz!!!

Na avenida

Nina e sua amiga Ivani, sempre saiam juntas 
para o almoço,na verdade formaram 
uma bela amizade, após tanto tempo trabalhando juntas.
Trocavam confidências, choro, alegrias, 
sim... eram boas amigas!
Em frente a empresa onde trabalhavam
passava uma avenida, o trânsito era intenso,
não havia faixa de segurança para pedestres,
e o farol ficava bem longe, embora soubessem
que estavam erradas, ir até o farol 
as faria perder 15 minutos do almoço.
Faziam isso religiosamente, todos os dias,
atravessavam a primeira parte da avenida,
paravam no meio dela, na faixa amarela, 
para esperar o melhor momento de atravessar.
Em um destes dias comuns, Nina e Ivani conversavam
normalmente, atravessaram a primeira parte da avenida,
pararam na faixa amarela, quando Nina sentiu que a 
puxaram bruscamente para trás.
No mesmo instante em que uma caminhonete
invadiu a faixa amarela e por um triz não pegou Ivani,
teria acertado Nina em cheio se ela não houvesse sido puxada.
"Você está bem? " Perguntou Ivani ajudando-a a se levantar
"Estou bem,  nossa... se você não tivesse me puxado pra trás
Ivani, ele teria me atropelado, obrigada!"
"Nina, eu não puxei você!" respondeu Ivani ainda assustada.
"Como não? Senti que me puxou, por isso cai sentada"
"Nina... se eu houvesse puxado você amiga,  não estaria do seu lado... 
mas atrás de você, você está confusa pelo susto, venha, vamos almoçar!"
Era verdade... pensou Nina, se Ivani estava do lado dela na faixa amarela, 
como poderia tê-la puxado?
Nina sabia, tinha certeza de que seu anjo da guarda tinha agido novamente 
 naquele momento,  ele a puxou para trás, outra manifestação de seu protetor. 
Ela agradeceu em silêncio ao seu companheiro invisível.
Não iria falar nada para Ivani,  apesar de serem muito amigas
ela não acreditava em anjos!

 

Vazio

Tento encontrar palavras,
só encontro vazio....
o que é este negócio que a gente sente?
Parece que aperta o peito,
Será que chamo de vazio... eco... solidão?
As vezes penso que é   intuição.
Sei lá... é  aquela sensação de impotência
que toma conta da gente quando não
conseguimos remover uma pedra,
desvendar um enigma,  tirar uma dor.
É este o maior desafio que temos...
aceitar nossos limites humanos.
Entender que há coisas que não dependem de nós,
e que não somos uni potentes para conseguir carregar a
bagagem dos outros... porque a nossa já nos basta.
Acho que vazio... é quando nos lembramos
que "acendemos vela pra todo mundo",
mas... quem será que acende uma pra você ?
Acredito que solidão... é quando você descobre ...
dolorosamente que é  útil e não importante.
Penso que o eco... é quando você fala...
mas somente seu coração ouve!
As vezes a melhor coisa, é ficar quietinho....
Deixar que os sonhos tragam  respostas
e a serenidade venha alegrar o coração!!!

A guardiã

Ela corria pela floresta, precisava se esconder, 
estava ferida, haviam acertado de raspão sua perna. 
Escondeu-se atrás de uma enorme pedra que avistou a sua frente. 
Recostou-se ofegante, colocou o objeto que trazia 
protegido de encontro ao peito no chão, 
e apoiou sua cabeça sobre ele, assim o manteria seguro. 
Estava com a roupa que dormia na hora 
em que o castelo fora invadido.   Ela era só uma serviçal, 
estava no castelo desde criança,
com um único objetivo, reconquistar a liberdade de seu povo.
Só teve tempo de pegar o valioso objeto, o qual ela era a guardiã,
desde que os pais foram mortos defendendo sua posse.
Agora teria que esperar até que pudesse sair em segurança. 
O cansaço a fez adormecer ... acordou bom tempo depois, 
ouvia ao longe o barulho de vozes e o tropel dos cavalos.
Olhou para o tornozelo que doeu ao tentar se levantar,
seus cabelos estavam soltos e embaraçados, pés descalços.
Devia ter dormido um bom tempo, pois sentia sede, fome.
Percebia que se aproximavam, encolheu-se novamente 
com o objeto preso entre seus braços, os olhos fechados, rezava.
Esperou que passassem,  soltou a tensão dos ombros, 
respirou aliviada, levantou-se com dificuldade, 
sentia dor no tornozelo, apoiando-se nas pedras, 
andava com cuidado, parou ao ver um cão 
que a olhava e latia incessantemente, 
ela encarou os olhos do cão que se acalmou 
e sentou-se diante dela,  acariciou o animal em agradecimento. 
Sobressaltou-se ao perceber a presença de um homem... 
ele fez sinal para que ela ficasse calada, deu-lhe água 
e um pedaço de pão para comer enquanto limpava o ferimento
com algumas ervas que carregava na cintura, 
enrolou com uma faixa de tecido que desamarrou da testa, 
reforçou o sinal de silêncio, puxou seu cavalo 
e entregou a ela as rédeas do animal, afastando-se devagar, 
sem dar as costas pra ela,  até correr e sumir na trilha de terra. 
Deixou com ela o cão, ela ganhara um novo amigo e protetor!
Colocou o objeto na alça da sela, montou e saiu pela floresta
seguida pelo seu novo amigo. 
Já anoitecia quando ela chegou ao riacho,
soltou o cavalo para beber água, pegou o objeto da sela...
saiu em direção a um canteiro que havia a sua frente.
Seu coração estava acelerado, mesmo após tanto tempo,
ela lembrava exatamente  daquele lugar.
Chegou o momento que tanto esperou por toda vida, 
a partir de agora ela seria livre e seu povo também,
estava feliz,  havia cumprido a missão que o pai lhe dera..
Abrindo com cuidado o tecido de linho branco;
pegou o objeto, segurou-o diante do rosto, 
com  brilho nos olhos beijou a pedra que a adornava, 
A Espada...  hoje conseguia carregar o que já foi maior que ela!
Com satisfação colocou-a no local onde um dia foi retirada
pela violência, na luta pelo poder de escravizar um povo.
Este era símbolo de seu povo, a espada da justiça, 
símbolo da lealdade, e da igualdade de um povo simples, porém guerreiro.
Ela agora iria brilhar no lugar que merecia,  a paz e a liberdade
iria agora imperar, por muitos e muitos séculos sobre sua descendência ! 

Viver

Seja um pouco louco,
solte as amarras da seriedade,
corra, brinque, faça festa,
vire criança de novo,
brinque com seus irmãos,
não importa se 8 ou 80
volte a ser criança,
permita-se correr descalço,
se esconda , se encontre, fale sozinho,
de risada de si mesmo,
converse com seu cão, mie com seu gato.
Esqueça as mágoas, perdoe...
tente várias vezes e você consegue.
liberte-se do que te causa medo,
solte o peso da culpa,
de asas a imaginação,
acredite em novos rumos,
faça novos amigos,
faça sorrir quem chora,
a vida começa agora,
grite ao universo que é feliz, ele te atenderá
Não duvide de sua força,
tenha fé na vida,
confiança em Deus,
e sabedoria para viver plenamente!


Foto Ano 1965

Um anjo disse

Todos os dias eu olho o horizonte,
esteja o dia com sol ou chuvoso!
Eu sempre venho olhar;
Porque um anjo me disse um dia,  
que viria me encontrar...
para em suas asas me levar pra voar!!!

São Paulo

Eu nasci nesta selva de pedra, 
que tem colo de mãe, 
calor de gente e cheiro de pão.
Nasci no coração do “fico” 
Perto da casa do grito.
Entre pedras e cimento, 
progresso e crescimento. 
Numa manhã de carnaval;
com o sol nasci, a luz da vida 
pela primeira vez eu vi, num bairro chamado Ipiranga. 
Crescendo junto a cidade, prédios cresciam antes de mim.  
Passo a passo, ano a ano, eu andava , brincava,
crescia, aumentava rápido em estatura.
Logo aprendi, que esta era a terra da garoa, 
onde havia avenida com nome de santo,
bairro com nome de árvore,
rua com nome de flor.
Aumentava meu tamanho, 
e meu amor pela cidade onde nasci,
cidade de pedra e cimento,
quente como gente, acolhe como colo de mãe.
foi isso que sempre ouvi!
Este berço de  pedra e cimento...
com abraço e calor de gente. 
São Paulo, a cidade onde nasci!

Mulher

Faísca viva do amor

Como fênix, renasce da dor,

do nó que lhe contorce o ventre,

brota sua força e vigor.

Da solidão dos corridos dias, 

nasce um riso encantador.

Chora querendo sorrir,

sorri, querendo chorar.

Nasce e renasce todo dia... toda hora,

na dor de uma saudade,

na lembrança do que já foi,

na ausência de um amigo.

na dor de uma paixão.

Mulher tão doce que só importa o coração,

se erra ou acerta, aprende com a lição.

Da dor que brota no peito, faz abrigo, carinho e canção.

Quem ousa desvendar seus segredos?

Em meio a tanta ilusão, mistério, um mundo sem direção,

desafia a tornar realidade o que um dia foi só vontade...

Das lágrimas brota o valor e o brilho intenso dos olhos,

Em meio a tantos nãos, um sorriso diz que sim,

corre em busca do que um dia deixou, pensando ser só ilusão!

Doçura que vem da alma, perfume que inebria o coração,

Só você mulher consegue desvendar seu coração