segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O vento tentou me avisar



Deixei pronto o café, como te prometi .

Ao lado uma caixa de chá para que escolhesses qual preferia tomar.

Fui ao jardim te esperar 

quando vi desabrochar rosinhas que o vento um dia fez semear.

As colhi com carinho para enfeitar a mesa já posta a te esperar. 

O sol nem estava ainda a brilhar e o vento forte veio me arrancar das mãos 

as rosinhas que ele mesmo semeou. 

Tentei recolher sem machucar as rosinhas que eu acabara de pegar.
Caíram a minha frente entre as pedras do alpendre.

Ao colocá-las no vaso em vão as tentei levantar, notei o caule dobrado sem jeito de recuperar.

Água em um pote de vidro com cuidado cortei os talos bem rente ao pedicelo

enquanto uma a uma na água eu as punha boiar. 

Já sabendo que não vinhas, (o vento tentou me avisar)

lágrimas brotaram-me do olhar, 

sacrifiquei as rosas por alguém quem nunca as verá.

As lágrimas misturaram-se a água que estava no pote azul

embalando as rosinhas que o viço vi voltar. 

Em homenagem a elas servi o café só pra mim 

 feliz por ver vivas as rosinhas que um dia colhi para  ti.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Caminhos

Atravesso corredores escuros
Abro e fecho portas
Não encontro nada
Não vejo ninguém
O desejo de encontrar novos caminhos e novos rumos, me faz persistir, insisto
não desisto.
Continuo a procurar e buscar o que me faz renascer, subo e desço escadas que não levam a lugar nenhum.
Olho por janelas embaçadas por trás de velhas cortinas.
Ainda que queime meus dedos com os pingos da vela que chora quando as vezes o vento que invade o espaço tentando apagá-la.
Vou continuar!
Um dia eu vou encontrar além dos corredores escuros,  das portas emperradas, escadas interrompidas e janelas embaçadas, tudo aquilo que agora se esconde de mim.

Farol

Eu sou o  farol e a luz que orienta o caminhador
Eu sou a barreira viva entre a luz e a escuridão
Eu sou a seta que mostra o caminho certo a seguir
Eu sou o que ilumina o que vive.
A construção do caminho do bem
O alicerce que torna real o espírito
Eu sou aquele que te encontra no recôndito do seu esconderijo
No mais profundo oceano eu te encontro
Eu sou a luz do mundo
Pescador de homens

É isso que diz o espírito que rege o universo!

(Escrevi isso em um momento de meditação e paz interior, uma inspiração que quis dividir com vocês!) 
Sônia Regina




sábado, 21 de janeiro de 2017

Céu


Gosto de olhar o céu,
me perder entre uma nuvem e outra.
Decifrar os desenhos que se formam em seu incessante ballet.
Um espetáculo único, 
só permitido ser visto por aqueles que sabem sonhar!





quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O colo e o pescoço

  

❤ Se me fosse dada a oportunidade de voltar no tempo, e  me dar um recado no auge dos meus vinte anos,  eu me diria:

"_Pelo amor de Deus menina... hidrate o colo e o pescoço, o que você não lembra hoje, será lembrado todo dia diante do espelho quando você tiver mais de cinquenta anos! " ❤




terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Suas mãos

Suas mãos me embalaram o sono de criança.
Foram meu apoio nos primeiros passos que dei, me seguraram no colo.
Mãos que afagaram meu rosto com carinho, me deram firmeza, segurança, confiança.
Mãos tão grandes que minha mãozinha ainda tão pequena, abraçava seu dedo indicador para seguir seus passos.
Hoje ainda pego suas mãos que eram tão caprichosas em tudo que fazia.
Suas mãos que já foram calejadas de tanto trabalho e dedicação hoje se esgotam em vão para tentar me tocar.
Em toda minha vida, eu nunca te amei tanto.
Hoje, tu és mais menino do que um dia eu  fui quando ainda podias falar e chamar- me de  filha.

P.S. Pai por mais que eu soubesse que este dia chegaria. Doeu ver você partir.
Descanse em paz e na luz de Deus. 
Te amarei eternamente

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Reencontro

Era um dia comum, depois do almoço sentei-me na cadeira de jardim que ficava quintal, o calor do sol tímido do inverno de julho era agradável, apoiando meus braços sobre a superfície plana da casinha que protegia o gás, baixei a cabeça deitando-me sobre meus braços cruzados.

Lembrei de minha avó e na saudade que sentia dela e de meu avó, sempre carinhosos. Fiquei imaginando como ela se sentiria se eu fosse visitá-la no plano onde se encontrava naquele momento.

Num impulso da imaginação, comecei a escolher as flores que gostaria de entregar à ela caso isso fosse permitido a mim e fiz um grande buquê.

De repente, eu me vi em uma sala ampla, onde a minha frente vi minha avó sentada em uma cadeira, do mesmo jeitinho que ela era quando estava na terra.

Ao seu lado havia uma pessoa alta, cabelos longos, enrolados e bem negros, não consegui definir se era feminino ou masculino, usava uma túnica branca de algodão, nada falou, só observava e velava por minha avó.

Me aproximei e ajoelhei-me diante de minha avó, entregando-lhe as flores que escolhi com tanto carinho.

Com lágrimas nos olhos de alegria, ela me perguntou por cada um dos filhos e netos, respondi que todos estavam bem, não quis entrar em detalhes sobre os acontecimentos pois não foi o motivo de minha visita, eu queria senti-la, ver de novo aquele anjo que iluminou minha vida por muitos anos.

Conversamos um pouco e perguntei à ela onde estava meu avó, pois queria vê-lo também.

Minha avó me explicou que ele estava em outro lugar, ainda não entendia muito as coisas mas já tinha consciência de que não vivia mais no corpo físico.

_Fica mais um pouco. Pediu ela

_Não posso Vó, tenho que voltar rápido. Vou ver o vó e volto para casa.

Me despedi dela e recebi de minha avó querida um afago caloroso no rosto e mais recomendações para cuidar de todos aqui.

Segui as orientações, sem ver quem estava me guiando e entrei em um salão grande onde muitas pessoas estavam reunidas em grupos nas diversas mesas espalhadas pelo local, todos da mesma idade percebi pela aparência física.

A energia que me orientava, me levou até a mesa onde meu avó estava sentado em companhia de outros homens, todos vestidos da mesma forma, eu não conseguia definir a imagem nítida do rosto, e não me era permitido ver ao redor, haviam "divisórias" que me impediam de ver o rosto dos que estavam nas outras mesas.

_Oi Vó. Eu disse quando cheguei perto dele.

Erguendo a cabeça para olhar quem o chamava, levantou-se rapidamente da cadeira numa alegria indescritível. Vestia uma túnica como todos os outros de cor azul clara .

_Sônia! -Ele disse surpreso e continuou - 
_ Você morreu também??? Perguntou com os olhos arregalados.

_Não Vó, só vim visitar você e a vó, mas já tenho que voltar. Respondi achando graça.

_ Vem aqui, vou apresentar você para meus amigos. -Ele virou-se para os amigos e disse orgulhoso: _ É minha netinha! - Fez exatamente como fazia quando eu era criança. Já se virando para que eu o seguisse,  impedi, por algum motivo eu tinha que voltar. 

E assim, abri meus olhos com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Não sonhei, isso tenho certeza. Eu imaginei!? Pode ser!!!  Senti uma força que não sei explicar e a minha pressa em retornar me deixou pensativa, eu poderia ficar conversando muito com eles já que era imaginação não é mesmo? Mas eu sabia que tinha que voltar! E olhando o relógio vi que haviam se passado uns quatro ou cinco minutos apenas. Mas...

"Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia" Como disse William Shakespeare.

Se foi imaginação ou se me transportei até outro plano não importa, valeu a pena ver de novo meus queridos avós!


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Gosto

Gosto de conhecer pessoas
 receber carinho de bicho
 curtir a natureza 
 dividir o que tenho em meu prato.
Gosto de sentir amor
doar meu carinho
 retribuir sorrisos
 distribuir gentilezas.
Gosto de ver amigos felizes
caminhar descalça
 abraçar bem apertado.
Gosto de receber beijo inocente 
também ter beijo roubado.
Gosto de admirar o que é autêntico, puro e simples
 pois aí reside o que é verdadeiro!
Gosto de ser companhia para o que é solitário
  dar à ele a certeza de que mesmo sozinho
 de longe alguém está a velar por ele.

Sônia Regina

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Eu árvore e tu Margarida!

De onde estou vejo o horizonte, as nuvens, o topo dos morros, estou no alto.
As vezes parece-me tão distante tudo que está tão  próximo a mim.
Não me entristeço, somente observo e sonho.
Outro dia olhando para baixo a vi Margarida, notei que também estava sozinha, mas ainda que estejamos tão perto uma da outra é longe demais para alcançá-la.
Pensei em gritar seu nome, mas... melhor apenas olhá-la. 
Margarida, que linda tu és pequena flor.  
Milhares de vezes maior que tu eu sou, nunca poderei aproximar-me de ti.
Penso agora que te vi, algo que nunca notei antes Margarida, tu ainda que pequena... tens um nome, eu sequer tenho apelido.
Gosto de sonhar que um dia poderemos ter o mesmo tamanho.
Enquanto sonho minha Margarida, me engano com a única coisa que me é possível, contemplar-te de longe e deleitar-me em tua beleza que pra sempre estará gravada em mim.