quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Rota

Não poucas vezes o silêncio se faz mais presente que a vontade de falar.
Observar, torna-se uma das mais sábias atitudes que podemos ter para enxergar o caminho adiante. Calar nem sempre é um mal, mas se for... é um mal necessário. Nas curvas que encontrei na vida,
muitas delas no engano, foram os caminhos mais felizes que trilhei no silêncio de minha solidão. Por isso, hoje não sigo mapas, não traço caminhos, não faço mais planos. Deixo fluir meus passos seguindo o instinto que aflora. E é neste silêncio solitário...que Deus sopra em meus ouvidos a rota certa.

Sônia Regina





domingo, 12 de novembro de 2017

Faça o café!

Tudo é uma questão de dedicação e atenção, em qualquer ocasião.
Aprendi a dar meu melhor sem cobrar o retorno, embora confesso que faz falta um olhar de "sei que se importa comigo", um gesto de admiração ou apenas um olhar carinhoso.
Não é necessário palavra alguma... apenas um olhar, com mais verdade que milhares de letras agrupadas sem sentido.
Faço e dou o melhor de mim a quem me quer bem, e também aqueles que não me tem com  grande apresso, afinal, minha única certeza é de que o café em "minha" xícara não vai esfriar, já o da outra não dependerá de mim, mas mesmo assim eu faço o café!

Por Sônia Regina

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Gratidão

Eu só quero ser feliz.
Quem não quiser isso da vida, que atire a primeira pedra.
Eu corro atrás do que me vai fazer bem, corro atrás dos meus sonhos... por mais distantes e impossíveis que pareçam, por mais que me olhem e digam "não vai dar".
Se o sonho existe a realização é possível.
Eu não desisto do que acredito, não pense que é fácil acreditar em anjos...se propor a ser um canal de Deus e de seus anjos neste planeta descrente, não, não é fácil. 
Muitos vão achar que você é lunático, louco ou desequilibrado.
Porém, eu afirmo que meu anjo da guarda existe, fala comigo, me protege e me concede tudo que eu preciso! Gratidão!!!
Não espero nada do mundo concreto em que muitos não acreditam em nada além de si mesmo.
Mas... em meu anjo da guarda eu acredito, ele torna concreto o que preciso para viver neste mundo tão louco para estes seres de luz.
Minha gratidão ao meu anjo da guarda por nunca me desamparar!
Gratidão 

🙏

domingo, 5 de novembro de 2017

Um dia de cada vez

A gente só precisa viver um dia de cada vez.
De que adianta se preocupar com o que não depende de  nós, mas do grande mestre de amor?!!
Faça o melhor que puder a sua parte, de o melhor de si em tudo e seja o melhor para todos.
As coisas se resolvem!
Sempre terás que abrir mão de uma coisa para obter outra de maior valor!
Ama a quem te ama, perdoe, não seja inflexível, todos precisam de água, é necessário ser "humano" para que todos tenham acesso a fonte!
Sônia Regina

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O Quadro

Me vi diante da porta que a tanto tempo eu não abria, exitei um pouco ao tocar a maçaneta.
Se passaram tantos anos, faltou-me neste momento a coragem de olhar pra dentro...o passado.As roupas, papeis, livros, vestidos...sonhos.Tudo ainda estava lá dentro...vivo.
Entrei devagar, a porta rangeu um pouco, mas nem tanto quanto eu esperava. Coloquei-me dividida entre fora e dentro daquele quarto.
Senti medo de trazer à tona lembranças, ansiedade por descobrir o que eu havia deixado lá.
O que eu ainda precisava resolver?
Fiquei alguns instantes com a cabeça apoiada na porta. Ousei virar o rosto para o interior do lugar que um dia vivi.
Surpreendi-me com a beleza que ainda existia, a pureza da decoração simples, pude sentir o perfume das roupas que ainda estavam a minha espera, calmamente penduradas no mancebo.
Sob a penteadeira, ainda repousava a escova de cabelos, o primeiro batom, o espelho que tanto refletiu minha imagem de menina.
Entrei devagar, agora sem medo e feliz em rever coisas que mostravam o tempo feliz que vivi.
Aproximei-me da cama simples, no criado mudo o porta retrato da família, sentei-me na beirada da cama com o porta retrato nas mãos, olhei com ternura e recoloquei no lugar.
Ao meu lado acariciei o velho travesseiro, tomei-o em minhas mãos e o levei ao rosto. Fechei os olhos, pude sentir o carinho suave de minha mãe, ouvir as broncas de meu pai, e a alegria de meus irmãos.
Fiquei um tempo ali, assim só relembrando. Saudade daqueles tempos.
Abri meus olhos, coloquei o travesseiro em seu lugar.
Com um suspiro,olhei ao redor e deparei-me com um quadro no chão, somente apoiado, uma recusa racional de todos em pregá-lo na parede.
Olhei bem pra ele, uma tristeza invadiu meu peito.
Eu o chamava de "Quadro dos meus sonhos", havia pintado com esmero amador, pinceladas delicadas, cores suaves, alegres nuances que me transmitiam paz... a paz que eu precisava. Gostava de olhar pra ele antes de adormecer.
Num rompante percebi, o que fizeram com meu quadro? Me perguntei indignada.
O quadro...os meus sonhos, não mais existia, estava coberto por pinceladas agressivas, indelicadas, cores muito fortes e perturbadoramente em desacordo com o que eu havia escolhido quando o pintei.
Senti raiva.
Ajoelhei-e no chão e chorei, chorei muito, não sei por quanto tempo permaneci estagnada diante daquele estrago.
Levantei-me decidida, e com muita força o joguei contra a parede.
A madeira deteriorada partiu-se deixando em abandono parte da tela já craquelada e amarelada pela ação do tempo.
Com determinação, peguei seus restos e levei-os para fora, banhei de álcool e joguei o fósforo, a chama da libertação.
Um alivio extremo tomou conta de mim ao ver as labaredas consumirem aquele quadro triste... até que dele sobrassem apenas cinzas.
O vento, meu amigo de tempos, soprou forte e rapidamente levou pra bem longe de mim todos os resquícios daquilo que um dia me trouxe tristeza.
Em minha memória a imagem do quadro dos meus sonhos está intacta, a imagem que quero manter viva por toda a eternidade, como testemunha de toda a felicidade que um dia vivi!



Por Sônia Regina