sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O amor acaba com a tristeza

Nina encostou-se na parede da varanda, o sol estava se pondo, olhou para o jardim perdida em seus pensamentos, pensativa, olhar perdido, lembrou-se de tudo que havia passado nas mãos de Fabrício, do chute que ele lhe deu e a fez rolar escada abaixo e perder o filho que esperava e também a deixou estéril. Tentou afastar as lembranças balançando a cabeça como se elas fossem desprender de seus cabelos e deixá-la em paz. Pensou até quando iria sentir aquele vazio em sua vida, suspirou entendendo que aquela era uma ferida na alma, e que jamais iria se livrar daquela dor.
_" O que houve minha querida? Sinto que está tristonha! Voltaste a pensar nas atrocidades que aquele sacripanta lhe fez?"  Perguntou Heitor enquanto pousava as mãos com doçura sobre os ombros dela.
_ "Estava mesmo perdida em meus pensamentos, não percebi que se aproximava meu querido." Suspirou novamente virando-se de frente para ele enquanto respondia a sua pergunta:
_"Infelizmente, não quero voltar ao passado, mas ele sempre volta." Disse ela quase chorando. _Acho que foi pelo acontecido no dia em que voltamos de viagem"
_"Nina, pare de se culpar,  não negue sua dor, chore se quiser, mas não lute contra os sentimentos que precisam ser expostos. Estou aqui para ouvi-la minha Nina, quantas vezes quiser falar sobre o assunto."
_" Sei disso Heitor, mas parece que falar sobre o assunto só me faz sentir um vazio ainda maior."  
_Estive pensando desde aquele dia, acho que temos uma solução para acabar com este vazio. Vou perguntar-lhe uma coisa, quero sua sinceridade na resposta Nina"
_" Sim, é claro que será verdadeira minha resposta, alguma vez deixei de dizer-lhe claramente o que sentia ou pensava? Respondeu-lhe com um leve sorriso.
_"Nina, o que acha de adotarmos uma criança?" Perguntou Heitor  receoso pela reação de Nina. Ela ergueu os olhos para encarar os dele com surpresa e disse-lhe:
_"Nunca havia pensado nisso Heitor! Sim...a resposta é sim, eu adoraria ser mãe." Abriu-lhe um sorriso que se misturou com lágrimas de emoção, em um impulso pulou no pescoço dele feliz enchendo-lhe de beijos, o que fez Heitor gargalhar enquanto concluiu:
_" Vamos fazer isso minha menina, vamos adotar uma criança! Amanhã mesmo vamos ver como deveremos proceder."
Nina sentiu neste momento que a tristeza que tanto assombrava sua vida até aquele dia, estava prestes a  desaparecer  dando lugar ao amor...ao amor de uma criança....
Nina e Heitor adotaram três filhos, viveram muitos anos até os filhos casarem sempre com muito amor e carinho um pelo outro!

Aqui terminamos a história das personagens Nina e Heitor, agradeço o carinho de todas as pessoas que se dispuseram de seu tempo para ler, Minha enorme gratidão á todos vocês.  





















Esta foto pertencia ao meu avô materno, em homenagem a ele, decidi postar!

sábado, 24 de setembro de 2016

A Roda

Nina acordou o cheirinho do café no quarto, abriu os olhos, virou-se e viu Heitor perto da mesa de café. Lembrou-se do retorno ao Brasil, da chegada ao porto com a recepção de seus pais, Dona Júlia e Dr. Luiz, que partiram após o jantar. Heitor preferiu que ficassem hospedados em um Hotel para seguir viagem pela manhã do dia seguinte.
Ele virou-se com a bandeja nas mãos e surpreendeu-se com seus olhos a observá-lo.

"_ Bom dia! Dormiu bem? "Perguntou ele com aquele sorriso maravilhoso.

"_Sim, muito bem!" Respondeu-lhe enquanto ele colocava a bandeja em seu colo.  "_Mas.. que gentileza amor, a tantos anos não sou servida na cama. Alias, desde que sai da casa de meus pais, somente Geralda me serviu na primeira manhã na casa de campo do Dr. Luiz." 

"_ Você merece Nina, queria fazer-te uma surpresa, mas quando vi já estava com os olhos arregalados." explicou-lhe Heitor animado.

"_ Meu amor, sou tão grata a Deus por tê-lo ao meu lado, és um presente em minha vida!" Confessou a ele com a voz embargada. Percebendo sua sensibilidade Heitor desconversou!

"_Muito bem minha querida, tome seu café para partirmos, se não houver imprevistos estaremos em casa ao anoitecer, a viagem é puxada!" Ele falou tocando-lhe o rosto com carinho.

Já estavam perto da fazenda quando a carruagem parou. O cocheiro avisou-os que havia uma árvore bloqueando a passagem, Heitor desceu e ambos foram retirá-la do caminho, Nina esperava na carruagem, a árvore não era muito grande e a retiraram com facilidade.

"_ Vamos seguir!" Ordenou ao cocheiro, entrando na carruagem e ajeitando-se ao lado de Nina. Pouco depois de reiniciarem a viagem, passaram em frente a uma grande casa.

"_Heitor Olhe!" Nina chamou-lhe a atenção para uma pessoa toda coberta, que se dirigia ao casarão, ambos ficaram observando, virão a pessoa aproximar-se de um tambor embutido na parede, colocou dentro dele algo enrolado em uma mantilha, bateu o sino de aviso e saiu rapidamente escondendo o rosto, não saberiam dizer se seria homem ou mulher, pois a capa cobria-lhe até a cabeça.
Eles se olharam calados,  Heitor comentou com um suspiro de desaprovação:

"_É a * Roda dos enjeitados Nina."

Nina Já havia ouvido falar sobre a roda dos enjeitados, até sabia como funcionava, mas nunca aprofundou-se nos pensamentos pois a faziam sofrer. 
Chocou-se ao presenciar aquele ato e saber que uma criança estava sendo deixada, abandonada em um"tambor" enquanto ela havia muito desejado ter podido ser mãe. 

"_ Esta pessoa colocou uma criança lá Heitor! Rejeitou um bebê, sangue do seu sangue, como pôde fazer isso?"  Ela falou, percebia-se grande tristeza em seu comentário. Heitor pegando-lhe a mão carinhosamente, lamentou.

"_Infelizmente minha querida, não posso explicar-te o que leva alguém a fazer isso. Na maioria das vezes não é a mãe que a traz aqui, mas um empregado ou até mesmo a parteira a mando de alguém que por algum motivo não quer a criança por perto. Me perdoe querida,  não há outro caminho para chegarmos a fazenda. Sinto muito por isso! Sei que trouxe-lhe desagradáveis lembranças minha Nina!"

Ela enxugou discretamente uma lágrima, não queria que Heitor a visse chorando, além do mais seria está a primeira noite de casados em casa depois de dois meses em Lua de mel. Respirou profundamente e virando para ele deu um discreto sorriso e falou tentando esquecer o acontecido.

"_ Pronto, passou! Não poderei fugir de tudo que me lembrar meu passado meu anjo. Esqueçamos isso! Não vejo a hora de chegarmos em casa!"

Heitor devolveu-lhe o sorriso, admirava a forma com que Nina se recuperava dos altos e baixos que a vida lhe colocava, apesar de sua aparência delicada e frágil, era sim uma mulher forte!

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*A roda dos enjeitados consistia num mecanismo utilizado para abandonar (expor ou enjeitar na linguagem da época) recém-nascidos que ficavam ao cuidado de instituições de caridade. O mecanismo, em forma de tambor ou portinhola giratória, embutido numa parede, era construído de tal forma que aquele que expunha a criança não era visto por aquele que a recebia.As primeiras Santas Casas de Misericórdia da América Portuguesa que receberem a roda dos expostos foram as de Salvador (1726) e a do Rio de Janeiro (1738).

Fonte de pesquisa: wikipedia









domingo, 18 de setembro de 2016

Ametista

Uma batida na porta.
"Deve ser o nosso jantar." Disse Heitor dirigindo-se á porta.
"Senhor. O jantar." Anunciou o garçom, entrando com a mesinha móvel e colocando-a no centro da saleta seguindo a indicação de Heitor, ajeitou os pratos, talheres e taças, abriu a garrafa de vinho, retirando-se.
"Venha Nina, sente-se." Chamou-a enquanto puxava a cadeira gentilmente para que ela se sentasse. "Espero que goste da minha escolha!"
"Obrigada, é certo que  aprovarei, já conheces bem minhas preferências."
Ele pegou a garrafa de vinho e  serviu.
"Um brinde ao amor?" Ele perguntou
"Sim, um brinde ao amor!"
O tilintar das taças sempre a deixava apreensiva, não era acostumada a beber, receava se liberar demais. Aquele era um momento único, e ela iria comemorar, levou a taça cuidadosamente até os lábios e provou o vinho de sabor delicado.
"Gostou? É um vinho da melhor qualidade!" Ele comentou
"Sim, muito bom, embora eu não esteja acostumada a beber, percebe-se que é de excelente qualidade. Preciso tomar cuidado para não ficar zonza." ela respondeu com sorriso nos lábios.
"Então vamos comer, assim não ficará zonza."
O jantar foi maravilhoso, Heitor lhe falou dos passeios que pretendia levá-la no outro dia, dos museus, parques e restaurantes que ele queria apresentar á ela até o final da viagem.
"Heitor, melhor eu não tomar mais vinho, já estou me sentindo ruborizada, meu rosto está fervendo." Ela o avisou querendo rir alto.
"Esqueça isso minha querida... relaxe, fique zonza, alegre e caia nos meus braços, eu a segurarei com muito prazer, a noite é nossa!"
Eles tomaram mais uma taça de vinho, olhando um nos olhos do outro, não precisavam de palavras, eles estavam apaixonados, olhavam-se com uma cumplicidade que pareciam ler os pensamentos um do outro.
Ele levantou-se para pegar a caixinha que havia deixado no aparador e voltou parando em frente a ela, abriu-a mostrando seu conteúdo.
"Para você minha querida, como um símbolo da minha alegria por tê-la ao meu lado."
"Heitor! "É a coisa mais linda que já vi... Heitor... obrigada meu querido. Nem sei como agradecer." Exclamou ela surpresa com a beleza do presente, uma gargantilha de ouro com pequenas flores de ametista, cravejado de diamantes que formavam o miolo da flor, no fecho um coração de ouro gravado Nina. 
Ele a levou até o espelho, virou-a de costas para colocar-lhe a gargantilha, enquanto respondia:
" Agradeça-me sendo sempre como é minha querida, não mude nada, me ame como tem me amado e  não precisarei de mais nada. Pronto! " Ela admirou o reflexo no espelho e virou-se de frente para ele. "Ficou maravilhoso, como eu imaginava!"  Aproximou-se colando seus lábios aos dela, enquanto a guiava para o quarto...




sábado, 17 de setembro de 2016

Perfeição



"Como pode...em uma mesma flor haver duas cores diferentes?"  Nina perguntou á Heitor enquanto olhava o bouquet de pequenas flores plantadas nas laterais do passeio ás margens do Rio Sena,
"São caprichos da natureza minha querida... tão bela perfeição é obra divina e não pagamos nada por este espetáculo." Respondeu-lhe Heitor
"Gosto do que é simples...muitas vezes é o mais bonito." Comentou ela enquanto continuavam sua caminhada.
"E eu não sei Nina?" Foi isso o que mais me atraiu em você a primeira vez que nos vimos, sua simplicidade e espontaneidade, além da sua beleza estonteante!"  Heitor parou de frente á ela e aproximando seus lábios sussurrou em seu ouvido.  "Você me encantou menina."
"Assim não é justo" respondeu ela ofegante ao sentir o calor de Heitor, fechando os olhos continuou "Sabe que me deixa a sua mercê quando toca meu pescoço com sua boca!"
"Sei, e é o que quero que faça...desmanche-se toda em mim." Ele disse continuando o caminho de beijos até encontrar os lábios dela e dar-lhe um beijo leve.
"Agora vamos, reservei o jantar em nossa suite. Hoje não quero ninguém me bajulando." Completou ele brincalhão. "Só você... minha esposa, minha doce e linda menina!" 
Ao chegarem ao hotel, Heitor a deixou no quarto para se arrumar para o jantar, e desceu para conversar com um dos inúmeros amigos que conhecia em Londres...
Ela já estava pronta quando ele chegou, ao entrar seu olhar a percorreu de cima á baixo.  
" Nossa...você está mais linda do que nunca. Que orgulho tenho por ser seu marido Nina." 
Colocou um pacotinho que trazia nas mãos sobre o aparador e caminhou devagar até ela pousando uma das mãos em sua cintura, e com a outra acariciou os lábios dela.
"Meu amor, você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos, sinto-me um menino apaixonado, você me fez renascer Nina."
Com delicadeza ele tomou o rosto dela em suas mãos e a beijou com fervor e paixão...
Ela correspondeu ao beijo com todo amor que sentia por ele,  envolveu as mãos em seus cabelos e deslizou-as pelo pescoço. Heitor agarrou-a pela cintura trazendo-a para bem junto dele se entregando a uma explosão de sentimentos  e sensações deslizando avidamente suas mãos pelas costas dela por sobre a renda do vestido.
 


 

 










sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Lendas do São Francisco

Velho Chico....
Mata a sede, mata o calor...
Mata a seca, encanta o ator...
Que em seus braços se joga...
Para limpar o espírito...
Que nesse mergulho, da seu último suspiro, deixando a saudade com quem ficou...
Eh são Francisco, que salva, mas também leva para a morada do santo que lhe nomeou, o camarada que tinha sua hora marcada, e que dela nenhum homem nunca escapou..
Pode ser, segunda, terça ou domingo, não importa o dia, seja homem, mulher ou menino, o são Francisco puxa pros braços do divino, o cristão que tem a hora chegada...
Para no céu encontrar o senhor por intermédio de um rio, que tantos salva, mas que para nele teve sua vida abreviada, num último mergulho purificador...

Desconheço o autor

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Descanse em paz

O Rio São Francisco, local em que o ator Domingos Montagner, gravava a novela, o levou á se encontrar com os "Encantados" que Dona Ceci personagem de Luci Pereira fala tanto.
Isso trouxe a minha lembrança a Novela "Xica da Silva" apresentada na Manchete hoje Rede TV, a personagem interpretada pelo ator Alexandre Lippiani,foi emparedado literalmente na novela por ter se apaixonado, se bem me lembro, na mesma semana em que foi ao ar a cena do emparedamento, ele faleceu em acidente de carro aos 32 anos de idade.
Jardel Filho morreu aos 55 anos durante a gravação da Novela Sol de Verão.
O ator Sérgio Cardoso morreu de ataque cardíaco, aos 47 anos, faltando 28 capítulos para terminar a novela O Primeiro Amor.
É... a vida imita a Arte ou será que a arte escreve os roteiros da vida?


Meus sentimentos á família do ator Domingos Montagner e á toda família da rede Globo de televisão por esta dolorosa, inesperada e grande perda. Que ele Descanse em paz

Ressalva:  Esqueci de mencionar, que no início de Velho Chico houve  o falecimento do ator Umberto Magnani Netto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O barquinho

Nina caminhava na praia quase vazia, brincava com os pés nas ondas que se desfaziam ao chegar na areia, ao longe avistou um barquinho. Caminhou até as pedras, sentou-se na mais alta e ficou ali observando o mar que ia e vinha abraçando as pedras mais baixas, ouvindo seu som apaixonante, sentia os respingos da água salgada refrescando seu corpo aquecido pelo sol da manhã, enquanto esperava a embarcação voltar para a areia.
O vento acariciava suas costas nuas, os olhos fechados sentindo a brisa beijar sua face fizeram o tempo passar agradavelmente, gostava de sentir o cheiro do mar, colocar as mãos e os pés na água, sentir o sol aquecer seu corpo.
Um tempo depois, o barquinho atracou, ela levantou-se devagar e caminhou em direção a pequena e simples embarcação que ficava do outro lado das pedras, naquela parte, o mar mais parecia um rio com ondas tímidas, podia-se boiar sem ser surpreendido por elas. Por este motivo era muito frequentada por pais com seus bebês e crianças pela tranquilidade da água. 
Aproximou-se do barquinho, correu os dedos  contornando sua borda, divagando em seus pensamentos.
"Bom dia!" O cumprimento a despertou de seus devaneios, e fez com que ela olhasse rapidamente para a sua direita.
"Bom dia! Me encantei com seu barco." Ela disse com sorriso acanhado.
"Gostou!? É bem simples, mas me serve para cumprir o que me proponho." O gentil homem retribuiu-lhe o sorriso. "Muito prazer, Gabriel." Apresentou-se estendendo-lhe a mão.
"O prazer é meu, pode chamar-me de Nina."
"Quer dar um passeio de barco Nina?"
"Não é preciso, você acabou de chegar, não se preocupe!"
"Não fui eu que trouxe o barco. Vou sair com ele agora! Então vamos?"
"Sim, vou adorar."
Ele ajudou-a a subir na embarcação, sentou-se no banquinho a frente e pegou os dois remos. Remava enquanto conversavam, ele perguntava ela respondia, e assim conversa vai, conversa vem, ele perguntou:
"Qual seria seu maior desejo neste momento Nina?"
Surpresa com a pergunta ela respondeu gracejando:
"Ahhh são tantos. Mas deixe ver... neste momento?"  Ela pensou por um tempo e respondeu:
"Neste momento eu queria ter asas, voar livremente sobre o mar, subir até bem próximo as nuvens!"
"É isso que você deseja neste momento?" Perguntou ele com um olhar e sorriso iluminados.
"Sim... posso acrescentar algo ao meu desejo? " Completou ela gargalhando 
"Mas é claro Nina, seu desejo é uma ordem." O olhar dele brilhava ainda mais e sua fisionomia ia ficando cada vez mais linda e perfeita.
"Gostaria de ter um guia com asas, eu acho que não saberia voar sozinha." Concluiu ela achando muita graça na conversa. " É isso, queria ter asas, ou um guia... com asas para me levar voando com ele!"
"Então.. fique em pé e feche os olhos Nina!"  Sentindo-se infantil, e até  ridícula por participar de tal brincadeira,  ela obedeceu,  já que é pra sonhar, vamos lá.
Sentiu seu corpo leve, seus pés começaram a se distanciar da madeira do barquinho, ficou assustada com isso e abriu os olhos sem pedir. A sua frente Gabriel, ela teve que erguer a cabeça, para ver o rosto dele, tinha agora uns dois metros de altura,  nunca havia visto homem tão lindo em sua vida, cabelos longos, olhar resplandescente, seus lábios pareciam arcos de um vermelho vibrante,  de suas costas saiam duas enormes asas, de penas brancas muito brilhantes e perfumadas, ele cheirava jasmim. Ela estava encantada e sem acreditar no que estava vendo e sentindo. Gabriel a puxou para seu lado e pegou sua cintura levantando voo com Nina ao seu lado. Voaram por muitas horas, enquanto voavam, conversavam, riam, brincavam. De repente ele a soltou, e ela num sobressalto acordou... estava  em sua cama, em sua casa.
"Um sonho??? Não pode ser, foi tão real, posso sentir seu cheiro de Jasmim, e suas mãos me segurando!" A decepção tomou conta dela que resmungou chorosa:  "Só um sonho!" 
Ao levantar-se da cama pisou em algo, abaixou-se pegou a enorme pena, parecia feita de seda, ao lado dela estava um papiro, ela levou ao nariz...cheirava a Jasmim,  nele estava escrito:

"O sonho se torna realidade quando nossa alma é tomada pelo amor. 
Eu te amo, te protejo, e estou aqui sempre... mesmo que não me veja.
Agora... olhe para o espelho ao seu lado, e até o próximo voo!"

Nina, com a pena e o papiro nas mãos, virou-se para o espelho vendo junto a sua imagem o reflexo de Gabriel, lindo, esplendoroso, sorrindo carinhosamente para ela.






terça-feira, 6 de setembro de 2016

Existe outra chance

Não tenha medo de voltar atrás, não se envergonhe de pedir perdão. 
Valorize as pessoas, de alguma forma elas foram ou são  importantes em sua vida.
Querendo ou não, cada pessoa que passa por nós, em algum momento nos ensinou ou aprendeu conosco.
Podemos nos arrepender de muitas coisas,  mas ainda existe outra chance, ainda há tempo para evitar o arrependimento, ou para fazer as pazes,  recomeçar do zero,  mesmo que não seja para caminhar lado a lado. 
Ainda há tempo de buscar sua paz interior, de viver livre de amarras emocionais. 
Não leve bagagem desnecessária para o seu futuro, leve aprendizado.
Quando rejeitamos alguém, nos ligamos a ele por um laço muito maior do que o amor, com uma diferença... quando você ama, você quer que  a pessoa  esteja por perto, mas quando rejeita... você terá a sombra dela sempre com você. 
Desarme-se, liberte-se de mágoas, aceite as pessoas tal como são, não somos perfeitos, nem tão pouco diferentes.
Fugir de alguém ou de um problema, só mostra inconscientemente que estamos fugindo do que não temos coragem de encarar em nós mesmos.
Ao olharmos sem mentiras ou desculpas para tudo o que existe dentro de nós, podemos reconhecer nossas falhas, e ver que nem sempre estamos certos, o erro pode sim ser nosso, então chega a  hora de perdoar a nos mesmos!




segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Persistência


"O que você está procurando?"

"Uma estrela do mar!"

"Não é mais fácil pegar conchas?"

"Você não entendeu? Eu procuro uma estrela do mar... não uma concha!"

"Mas... porque perder tanto tempo, que diferença isso faz?"

"Não quero pegar...eu só quero encontrar, há uma grande diferença nisso!"

"Piorou, tanto trabalho para nada? Você com suas manias de correr atrás do impossível."

"Você quer que as coisas sejam do seu jeito não é!?"

"Como posso aceitar esta sua busca inútil?"

"Simples, se eu me desviar do meu objetivo, por que você acha difícil ou impossível, nunca vou saber se conseguirei ou não alcança-lo. Se eu desanimar por que você acha que é um esforço inútil, não estarei valorizando o meu propósito."


"Entendo, mas o que vai fazer se não alcançá-lo?

"Se não alcançar, vou me orgulhar por não ter desistido de buscar aquilo em que acreditava.
"






A ponte

Andando errante, piso em rochas pontudas, escorregadias, ando a beira do abismo.
O cuidado vem do que está do outro lado... rocha firme, porém lisa, sem apoio ou segurança, minha única companhia e esperança... a rocha.
Devagar vou por este estreito e perigoso caminho, não ouso olhar para baixo... quero olhar pra frente.
Com os olhos rasos d'água me pergunto; "Como vou sair daqui? " 
Olho pra cima, a cor do céu me acalma e faz bem.
Continuo seguindo com cuidado a trilha de caminho tão arriscado.
Vejo ao longe uma ponte, agora ela é meu objetivo.
Entre o abismo que tenho de um lado, e a rocha lisa do outro, agradeço... por ter onde apoiar minhas mãos trêmulas e frias.
Sigo devagar, as vezes com medo, outras beirando o desespero...  é neste momento que sinto algo me tocar, vejo ao meu lado uma luz,  uma voz quebra o silêncio da minha solidão, vem um anjo e diz:
" Vamos, você consegue, não olhe pra trás... não olhe pra baixo.  Siga em frente, olhe o horizonte, em minhas asas eu te amparo. Vem...segue apoiando na rocha e chegará onde quer...Confie eu estou contigo!" 
Decido continuar, confiar no que ninguém vê ou crê, com a força desse carinho e proteção invisível, na rocha lisa me apoio, não vou pensar, vou esperar chegar ao meu objetivo, a ponte, e então saberei se ela irá me aguentar e se ela firme for... vou atravessar e descobrir o que me espera do outro lado.


domingo, 4 de setembro de 2016

Onde estão?

Vazio.....
Silêncio...
Quietude...
O que será que virá do ócio que chamam de saudável?
As letras estão perdidas, palavras vão e vem, nenhuma fica.... elas brincam comigo, surgem tão rápido quanto se escondem, eu as procuro, levanto folhas, abro gavetas, não consigo encontrá-las,onde foram parar as frases? 
Sei que elas estão aqui....em algum lugar do meu vasto inconsciente, mas onde? 
Ouço cachorro latir, crianças gritar,  gente a sorrir...
mas nenhum vestígio do que me inspira.
Em que lugar do universo  letra, palavra ou frase fostes se esconder. 
No vazio... no silêncio...e na quietude, 
ficarei a esperar ...quem sabe ao amanhecer eu possa te encontrar.