quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Meu canto

É quando me faltam palavras que eu canto!
Faço da melodia refugio da dor que tento esconder.
Lágrimas me brotam dos olhos
Escorrem na face
Pingam no coração.
Formado o espelho onde vejo refletir tua imagem.
Meu canto antes lamento, se torna encantamento.
Te encontro olhando através de mim.
No sorriso que fascina
No olhar que ilumina
Na boca que insiste em sussurrar
"Acorda, ainda estás a sonhar!!!



sexta-feira, 18 de novembro de 2016

O tempo e o espaço

Algumas vezes tive a impressão que lias meus pensamentos, conhecias meus desejos. 

Eu sentia teu toque em meu ombro, fechava os olhos, sentia seu perfume, sua presença me enebriava.

Me deleitava neste sentimento tão sublime e permitia-me sobre a proteção de seu abraço viajar pelo tempo e espaço.

Um dia levou-me a conhecer um belo e florido campo, lembrei-me de seu espanto ao ver-me escapar 
de suas mãos e correr à sapatear em uma poça de lama, sem me incomodar com seu olhar desaprovador.  

Sorrindo e feliz, vi seus lábios retribuindo meu sorriso, naquele momento eu o contagiei com a magia que é viver a fantasia.

Deixando a resistência de lado, tu se juntou a mim e me abraçando dançamos na mesma poça ao som da música que só existe aos que se atrevem a viajar no tempo...e no espaço.

Encostando sua boca em meu ouvido sussurrou baixinho:-
 “Esta na hora de voltar!!!”

Veio o meu despertar e desde então, na varanda estou a esperar, q
uem sabe um dia o vento venha me avisar me envolvendo com teu perfume e eu me deixe embriagar com o elixir divino das paixões, única passagem para esta viagem que só é possível aos que amam e se permitem...sonhar!!!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Paraíso

Como é bom ver você, acompanhar o movimento dos seus olhos enquanto olhas pra mim.

Me encanta ver o abrir e fechar de sua boca ao expressar seus sentimentos.

Observar seus passos quando se afasta de mim.

Ver seu sorriso de
 manhã,  acompanhar seus movimentos, sentir seu toque... é sempre um presente ficar contigo é como estar no paraíso.

Me arrepia lembrar de suas mãos afastando meus cabelos, seus lábios beijando meu pescoço, seus braços se fechando em torno de mim.

Que poder é este que tens de me causar tamanho tremor e me fazer esquecer neste momento que existe um mundo fora daqui.







domingo, 13 de novembro de 2016

Folha

Ainda que não tenha mais o viço, a cor e aparência de minha tenra idade e
o tempo tenha marcado minhas fibras, tornando minha forma verde em um transparente rendado, minha essência não mudou, está intacta.
Trago ainda em meu corpo sutil, as marcas de minha vida em matéria, resquícios do que julgamos um dia ser importante...aparência.
Estou no etéreo, vês somente meu esboço, minha silhueta, mas estou aqui...ainda sou uma folha.
O permanente pensamento humano do que é concreto, o torna pesado demais, ao ponto de não notar minha presença sutil e serena, mas...estou aqui.
Meu centro está vivo, tornei-me leve, suave, transparente, poucos conseguem me notar, sentir minha presença, ainda que não me vejas estou viva, procura-me no etéreo... me encontraras...diferente, transformada, bela e eterna!
Não sou mais verde, mas ainda sou uma folha.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Avalie...

Tirar a liberdade de alguém de se expressar é oprimir.

Impor que toda gente se curve ao seu modo de pensar e faça o que você acha que é certo sem dar espaço para contestações, faz de você uma pessoa arrogante, que a todos afasta.

Ao receber um favor, agradeça. Não sugue a bondade das pessoas achando que elas tem obrigação de te servir!

Reclamar, só agrava mais seu problema, não reclame, desabafe...além de aliviar o coração poderá lhe mostrar a saída que tanto procura!

Anular a opinião de alguém porque te julgas maior do que ele, é não aceitar que Deus usa a boca dos que julgamos menos favorecidos para dar recados importantes a nós e à humanidade.

Depreciar alguém pela aparência, classe social, econômica ou qualquer coisa que seja, é demonstrar o quanto o assusta os altos e baixos da vida e o quanto reluta em aceitar as diferenças.



terça-feira, 8 de novembro de 2016

Vestido de gente

“_ Maria, pelos exames, a senhora não está grávida, um de seus ovários não foi visualizado no ultrassom. Seu corpo não está mais produzindo estrógeno e progesterona. isso indica que não poderá engravidar por métodos naturais!” Disse o médico.

“_Oque? Está dizendo que estou infértil? Não pode ser Dr. Sou muito jovem, viu minha idade? Me casei faz cinco meses!” Disse Maria incrédula.

“_Isso acontece, não é comum mais acontece, agora a senhora terá que repor estes hormônios com medicamentos.

“_Espere ai Dr. Não pode ser, eu o procurei pensando que estava grávida e recebo um diagnóstico de infertilidade? Não... não posso aceitar isso... não há outro exame que possa elucidar melhor isto?” Perguntou Maria já com lágrimas nos olhos .

“_Não Dona Maria, não há mais o que fazer, sinto muito.”

Maria saiu do consultório em estado lastimável, chorando muito. Andando sem noção de direção, ou sem saber o que fazer,  sentou-se no degrau do jardim que havia em frente a um estabelecimento bancário. E ai ficou, chorando e pensando em tudo que ouviu do médico. Até dois meses atrás ela estava sem sinal de nenhum distúrbio, os exames pré-nupciais estavam perfeitos.

“_Meu Deus o que está acontecendo comigo” Ela falou baixinho enquanto as lágrimas molhavam o tecido da blusa fina que usava.

“_Moça você está bem?” A voz calma e serena fez que Maria olhasse para a mulher a sua frente.

“_Não... não estou nada bem!” E chorava mais ainda, a mulher preocupada sentou-se ao lado dela e perguntou:

“_O que aconteceu? Quer falar o que aconteceu? De repente posso te ajudar !” Disse a gentil senhora.

“_Sim, gostaria de falar, pode me ouvir? ” Perguntou Maria ainda chorando.

“_Claro, conte-me o que te aflige desta forma?”

Maria contou a mulher o que estava acontecendo, contava e chorava, seus olhos já estavam inchados. A bondosa mulher falou coisas bonitas, acalmou-a com suas palavras tão doces e esperançosas. Quando percebeu que Maria estava mais tranquila, a mulher sugeriu:

“_Venha, vamos tomar um caldo de cana é bom para acalmar.” Maria acompanhou a mulher, tomaram a bebida, e Maria agradeceu a bondosa senhora de cabelos brancos e encaracolados.

“_Muito obrigada senhora, não sei o que teria acontecido se a senhora não tivesse aparecido. Suas palavras me ajudaram muito, Deus abençoe.”

“_Não precisa agradecer, você está bem? Posso ir embora tranquila? “ Perguntou a senhora pegando a carteira para pagar a bebida, mas Maria lhe impediu.

“_Não, não! Eu pago! Como forma de retribuição pela sua ajuda. Já estou bem mais calma. Pode ir tranquila e de novo muito obrigada pela sua ajuda!


“_Então eu já vou, fique com Deus minha filha, não esquece que sempre há saída para tudo!” A mulher sorriu carinhosamente para Maria que retribuiu suspirando o sorriso.

Maria acompanhou os primeiros passos da mulher, pagou a bebida e virou-se para seguir o mesmo caminho mas não a viu mais . O estacionamento do banco ficava colado a agência, a extensão toda da subida da rua de ambos os lados era murada. A mulher devia ter entrado no estacionamento, pensou, não tinha para onde ir tão rápido.

Maria seguiu seu caminhou, ao passar em frente o estacionamento, ele estava fechado, o Banco ainda não havia sido aberto. Estacionado só haviam dois carros fechados e vazios, que deveriam ser de funcionários.

Maria olhou para todos os lados, nem sinal da mulher.

Voltando perguntou ao vendedor de caldo de cana.

“_Por favor, o senhor viu pra onde foi a senhora que tomou o caldo de cana comigo agora mesmo?”

“_Não vi não.” Respondeu o homem simples.

“_Ela sumiu!” Comentou Maria dando um risinho 
sem graça.

“_ Ah liga não moça. Deus deve ter mandado um anjo pra te confortar.” 
Disse o homem que sorriu sem ironia, tentando confortar Maria.  “_Eu estava aqui e vi que você estava muito triste sentada ai no murinho. Eu ia até lá ver se precisava de ajuda quando ela apareceu. Deus cuida da gente viu moça, ama tanto, que as vezes ele manda anjo vestido de gente pra ajudar!”

"_Verdade! Obrigada, fique com Deus e com os anjos!" Respondeu Maria com sorriso leve, seguindo seu caminho.  Sentiu um perfume de rosas no ar, um arrepio nos braços, o vento acariciou sua face e seus olhos ainda inchados!  Foi tomada por uma leveza e uma certeza que não poderia explicar, "_Ouviu uma voz dizer em seu ouvido: "Tudo ficará bem, confie!". 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A taróloga

Marcado o dia, Neide compareceu ao endereço na hora marcada, foi atendida por uma mulher.

“_Bom dia! Seja bem vinda Neide, sou Nina vamos entrar!!!”

“_Obrigada!”

A mulher a levou a uma pequena sala, onde havia apenas uma mesa redonda, duas cadeiras, uma imagem de Nossa senhora e muitos anjinhos pendurados em um móbile. Sentiu um cheiro agradável de incenso.

“_Sente-se!” Disse a taróloga apontando a cadeira a sua frente, com um sorriso bastante acolhedor “_ Você já jogou tarô alguma vez Neide?”

“_Não, nunca! Uma amiga me indicou a senhora, disse que poderia ajudar, não sei o que fazer... nem o caminho a seguir!” Respondeu.

“_Bem, gosto de falar algumas coisas antes de fazer as previsões, algumas pessoas sentam diante de um tarólogo e pensam que estão diante de um vidente, e não é isso.”  Sorriu discretamente a taróloga, observando a tensão da consulente a sua frente, os braços cruzados talvez como um gesto de defesa, continuou calmamente já esperando uma reação .

“_O tarô é um orientador, ele dá diretrizes, mas as decisões e escolhas serão suas, seu livre arbítrio será respeitado...”

A taróloga foi interrompida pelo choro compulsivo e nervoso de Neide.

“_Desculpe senhora!” Disse entre um soluço e outro.

“_Não há o que desculpar minha querida!” Disse a taróloga, pegando um copo com água e entregando à moça. “Está muito sensível e tensa! Calma... Gostaria de conversar?”

“_Não! Eu quero jogar taro!” Disse Neide com tom um tanto agressivo.

“_Está certo! Acalme-se, tudo vai ficar bem!”

A taróloga, respeitando a vontade de sua consulente e sem saber de nada sobre a vida daquela mulher que estava a sua frente, dispôs as cartas em leque.

“_Retire 13 lâminas, e me entregue uma a uma.”

Neide fez o que a taróloga pediu enquanto observava atenta e ainda ressabiada a mulher manusear as cartas.

Aos poucos começou a se soltar e adquirir confiança. Estava admirada pela forma que a mulher Interpretava as lâminas que ela mesma abria uma a uma, pensava como podia alguém desnudar sua vida se ela não havia falado nada?

 Isso fez com que Neide se abrisse mais e o que seria uma consulta se tornou mesmo uma terapia, tinha agora uma clareza maior das coisas que a estavam afligindo e concluiu sem nada dizer: “_Como não pensei nisso antes? É isso mesmo que está acontecendo!"

Acabada a consulta Neide revelou envergonhada:

“_Vou confessar uma coisa, quando você me perguntou se eu queria conversar, eu não quis porque achei que você usaria minhas informações para ler as cartas!

“_Isso acontece! Respondeu a taróloga. "_Infelizmente nem todas as pessoas são honestas e nem todo tarólogo é verdadeiro. Mas saiba que existe um código de ética também para os tarólogos, e ele tem que ser respeitado. Não podemos revelar nada à ninguém, nem mesmo a quem é bem próximo, nosso trabalho é sigiloso. Não há videntes, adivinhos ou bruxos, embora até existam alguns, mas não é o meu caso." Nina explicou sorrindo para a moça.

“_Atende muitas pessoas?”

“_ Na verdade, passei a usar o taro como uma forma de auxiliar as pessoas próximas a mim, família, amigos. Hoje, atendo poucas pessoas, geralmente amigos indicam outros amigos, e assim eu sigo. Quem precisa sempre chega até mim!”

“_Eu fiquei boba de ver você desnudar minha vida em alguns momentos, como pode?”

“_ Neide, todas as lâminas (as cartas)que você escolheu, foram escolhidas pelo seu inconsciente que confiou à mim a interpretação de seus dilemas. Todas as respostas que obteve através deste oráculo, estavam dentro de você.”

“_
Isso é fantástico. Quanto lhe devo?”

“_Não me deve nada!”

“_Como não? Como posso agradecê-la?”

”_ Agradeça-me fazendo o melhor por você mesma, confie mais em seu potencial. Acredite que tudo pode ser mudado pela força de uma oração. Permita-se ser feliz !

Nascia ali mais uma grande e verdadeira amizade.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Pássaro (continuação)

E os dias foram passando, já dez luas sem o pássaro.

Decidiu o bravo guerreiro continuar a sua jornada, mudaria seu destino tomaria outra estrada.

Pegou as poucas coisas e com caminhar lento, sozinho seguiu seu caminho.

Atravessou rios, desceu vales, dormiu ao relento.

Ao raiar do novo dia, começou subir a colina, o sol forte castigava mas o topo ele alcançaria.

Lá do alto, enxugando o suor tomou seu último gole de água da nascente.

Continuou o caminho, agora descendo a colina, avistou ao longe a casinha, fumaça na chaminé, o caminho estava certo, havia alguém por perto.

Enquanto caminhava em direção a casa ouviu um canto de pássaro, pensou neste momento que lhe enganava o pensamento. Ouvia agora o pássaro que sumiu a tanto tempo.

Avistou uma camponesa que roupa lavava perto de um poço, pediria a ela que lhe desse água, comida e descanso.

Ao ver o bravo guerreiro a moça um sorriso abriu, atirou-se em seus braços, cobrindo-lhe com beijos mil.

Bem vindo bravo guerreiro, tanto tempo o esperei, me salvaste do tormento nos dias mais violentos.

O bravo guerreiro riu, quando em seu pescoço notou, pendurada estava a medalha que um dia lhe presenteou.

Lembrou-se que o pássaro em sua solidão cantava: "Quando sozinho estiver guerreiro, procure outro recanto, encontre a moça do campo e encontrará também meu canto."

A moça o puxou pra dentro, da casa feita de pedra e cimento.

Apoiado em uma cadeira, viu o pássaro que por tanto esperava.

A jovem moça contou que o pássaro ali chegou, machucado em sua asa, nos pés trazia uma marca igualzinha a da medalha.

"Lembrei-me de ti bravo guerreiro, e soube que era teu escudeiro!"

O Bravo guerreiro sentiu nos olhos do pássaro que em seu sentimento amigo, cúmplice de sua solidão, traçou para ele um caminho, a fim de trazê-lo a um tempo de paz e viver o resto de sua vida ao lado de um amor verdadeiro que ele nunca imaginou ser capaz de sentir!



Pássaro

O soldado cansou... nem todos mereceram sua lembrança, nem sempre seu afago foi sentido ou seu lamento compreendido.

Só o pássaro... chegou a hora,  o guerreiro percebeu... já não é tão importante, não adoça 
nem salga sua presença, talvez até amargue o que poderia ter sido doce. 

Foste apenas mais um, como muitos dos guerreiros que se perderam no tempo, lhes fará companhia 
agora nas trincheiras do esquecimento.

Cada passo que deu e pedra que tropeçou bravo guerreiro, deixou um pouco de si, seja no suor da
batalha vencida. ou no sangue derramado na luta que foi perdida. 

Só o pássaro... o acompanhou, este sim, o pássaro, sempre será lembrado, hoje ou em cem anos o 
valor de sua presença o guerreiro reconhecerá.

Não quer mais lembrar daqueles que perdeu na ponta da lança que chegou de surpresa, só quer 
lembrar do pássaro que todos os dias acordava o guerreiro.

Hoje só acorda e espera... queria ouvir o canto fiel do pássaro, que alegrou suas manhãs mesmo em dias de guerra, perdeu-se dele em meio a batalha, algo acertou sua asa  o perdeu entre a fumaça dos canhões.

Agora que a guerra acabou...quem sabe no porvir possa retornar o pássaro, numa manhã qualquer o surpreender com sua alegria.

Pássaro fiel,  se foi deixando só seu bravo guerreiro, companheiro das batalhas de outrora, só 
resta agora bravo guerreiro, guardar a lembrança, viver na esperança de um dia destes despertar ouvindo novamente seu pássaro cantar!









terça-feira, 1 de novembro de 2016

Por acaso

Nina pensava no quanto estava pagando sua língua.

Um mês atrás ela acreditava que estava “vacinada” contra várias coisas, como por exemplo falsas ilusões, expectativas e paixões impossíveis. 

 Há muito tempo havia deixado de ver as situações pelo lado romântico.

Lembrou-se de Eduardo e da primeira vez que o viu na festa de Aline, pensou na sua ousadia em beijá-lo sem sequer imaginar quem ele era.

Ele telefonou para ela na mesma semana, conversaram várias vezes, apesar da decepção por ele não mencionar encontrá-la pessoalmente como ela desejava, continuou atendendo seus telefonemas, estava gostando da forma como ele pensava, conversavam por horas. 

No último dia em que se falaram, ele contou que faria uma viagem de negócios e que ao retornar a procuraria. Ela não acreditou no que ele disse, com certeza nunca mais falaria com ele, melhor esquecer, pensou ela.

Duas semanas se passaram, aconteceu algo que ela não esperava, estava sentindo saudade!
O destino lhe pregou uma peça... ela estava apaixonada por um homem que ela nem sabia ao certo quem era.

Um mês se passou, ele sumiu, não ligou, nem mandou uma mensagem sequer. 

Novamente a vida colocou-a em uma situação que teria que resolver sozinha, como fazer para esquecer algo que ela nunca teve?

Sentou-se no banco que havia na área de lazer do prédio onde morava, pegou o celular na inútil esperança de ver uma mensagem.

“Como você pode ser tão idiota Nina?” 
Resmungou baixinho:

“Não fale assim de você!” Uma voz masculina soou de trás dela.

“Aiii, que susto!” Ela gritou olhando para o moço que imaginou ser morador de um dos prédios do condomínio.

“Desculpe, não foi minha intenção assustá-la, só acho que não deve falar assim de você!”

“Eu sei disso, falei sem pensar.”

“O que faz você se sentir tão...idiota? Problemas com o cupido suponho? Ele riu.

“Pois é, este anjinho apronta das suas!” Ela deu um risinho sem vontade.

“Brigou com o namorado?”

“Você não acha que é muito atrevido não?”   Ela perguntou não acreditando na liberdade do rapaz com perguntas tão íntimas. Tiveram uma conversa divertida, ele era engraçado, era amigável e muito gentil. Ela contou a ele o que estava acontecendo, ele falou coisas muito interessantes e verdadeiras, decidiu que pensaria nelas antes de dormir. 

"Vou entrar agora." Ela avisou.

“Fique tranquila, pode começar a se animar por que ele esta voltando viu. Assim que chegar você será a primeira pessoa que ele vai procurar. Acredite... confie em mim!”

“Vejo que temos aqui um adivinho?” Ela comentou rindo muito do que ele disse. “Como se chama? Conversamos tanto e nem sei seu nome!”

“Cristiano! Muito prazer!Você é... Nina!”

“Como sabe?” Perguntou espantada.

Ele apontou para o peito dela que ao olhar viu que havia esquecido de tirar o crachá.

“Ahh, como fui desligada! Nem percebi que sai com ele! Muito obrigada pela conversa Cristiano, foi um prazer conhecê-lo, quem sabe nos encontremos por acaso de novo.”

“Não há de que, espero que esteja se sentindo mais leve. Não esqueça do que  falei, você será a primeira pessoa que ele vai procurar quando voltar! Você vai lembrar-se de mim, e antes que eu me esqueça, acaso não existe!” Ele deu uma piscadinha pra ela e  tomaram rumos opostos. Nina virou-se para perguntar em qual prédio ele morava, não o viu!


“Que coisa!” sussurrou intrigada enquanto o elevador subia. Olhou o crachá que tirou do pescoço Maria Emília "Meu Deus, ele me chamou pelo meu apelido, como não me dei conta disso?”

Nina sentiu um arrepio percorrer seu corpo...soube neste momento que depois de tanto tempo ela havia voltado a ver e falar com anjos...