quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Pássaro (continuação)

E os dias foram passando, já dez luas sem o pássaro.

Decidiu o bravo guerreiro continuar a sua jornada, mudaria seu destino tomaria outra estrada.

Pegou as poucas coisas e com caminhar lento, sozinho seguiu seu caminho.

Atravessou rios, desceu vales, dormiu ao relento.

Ao raiar do novo dia, começou subir a colina, o sol forte castigava mas o topo ele alcançaria.

Lá do alto, enxugando o suor tomou seu último gole de água da nascente.

Continuou o caminho, agora descendo a colina, avistou ao longe a casinha, fumaça na chaminé, o caminho estava certo, havia alguém por perto.

Enquanto caminhava em direção a casa ouviu um canto de pássaro, pensou neste momento que lhe enganava o pensamento. Ouvia agora o pássaro que sumiu a tanto tempo.

Avistou uma camponesa que roupa lavava perto de um poço, pediria a ela que lhe desse água, comida e descanso.

Ao ver o bravo guerreiro a moça um sorriso abriu, atirou-se em seus braços, cobrindo-lhe com beijos mil.

Bem vindo bravo guerreiro, tanto tempo o esperei, me salvaste do tormento nos dias mais violentos.

O bravo guerreiro riu, quando em seu pescoço notou, pendurada estava a medalha que um dia lhe presenteou.

Lembrou-se que o pássaro em sua solidão cantava: "Quando sozinho estiver guerreiro, procure outro recanto, encontre a moça do campo e encontrará também meu canto."

A moça o puxou pra dentro, da casa feita de pedra e cimento.

Apoiado em uma cadeira, viu o pássaro que por tanto esperava.

A jovem moça contou que o pássaro ali chegou, machucado em sua asa, nos pés trazia uma marca igualzinha a da medalha.

"Lembrei-me de ti bravo guerreiro, e soube que era teu escudeiro!"

O Bravo guerreiro sentiu nos olhos do pássaro que em seu sentimento amigo, cúmplice de sua solidão, traçou para ele um caminho, a fim de trazê-lo a um tempo de paz e viver o resto de sua vida ao lado de um amor verdadeiro que ele nunca imaginou ser capaz de sentir!



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