segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O vento tentou me avisar



Deixei pronto o café, como te prometi .

Ao lado uma caixa de chá para que escolhesses qual preferia tomar.

Fui ao jardim te esperar 

quando vi desabrochar rosinhas que o vento um dia fez semear.

As colhi com carinho para enfeitar a mesa já posta a te esperar. 

O sol nem estava ainda a brilhar e o vento forte veio me arrancar das mãos 

as rosinhas que ele mesmo semeou. 

Tentei recolher sem machucar as rosinhas que eu acabara de pegar.
Caíram a minha frente entre as pedras do alpendre.

Ao colocá-las no vaso em vão as tentei levantar, notei o caule dobrado sem jeito de recuperar.

Água em um pote de vidro com cuidado cortei os talos bem rente ao pedicelo

enquanto uma a uma na água eu as punha boiar. 

Já sabendo que não vinhas, (o vento tentou me avisar)

lágrimas brotaram-me do olhar, 

sacrifiquei as rosas por alguém quem nunca as verá.

As lágrimas misturaram-se a água que estava no pote azul

embalando as rosinhas que o viço vi voltar. 

Em homenagem a elas servi o café só pra mim 

 feliz por ver vivas as rosinhas que um dia colhi para  ti.

Um comentário:

  1. Sua sensibilidade no olhar é de emocionar! (também tentei rimar!)
    Lindo texto, querida!
    Nunca deixe de escrever!

    ResponderExcluir