sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Recomeçar parte 8


Nina saiu para o trabalho, olhou para os lados para se certificar de que não teria mais surpresas como do dia anterior.

Chegando a loja, foi á biblioteca conversar com Luís.

“Bom dia Dr. Podemos conversar?”

“Nina, bom dia! Claro, entre também quero falar-lhe.”

“Dr. Desde ontem venho pensando, não posso mais continuar a morar aqui depois do que aconteceu ontem. O pior para mim é deixar a loja, o senhor cofiou em mim, enfrentou também o preconceito maldoso das pessoas quando me colocou a frente de sua loja. Hoje as pessoas me respeitam por sua colaboração e também pelo prestígio que tem na cidade. Ficar distante do senhor, de  Dona Julia e da loja, é o que mais me dói nisso tudo.”

“Entendo você filha, mas neste momento é inviável que permaneça aqui. Estive conversando com Júlia e ela me deu uma ideia, vamos ver o que você acha... Temos uma casa de campo em uma cidade vizinha, é uma lugar bem frequentado, porém pouco conhecido, temos uma governanta e seu marido que cuida da manutenção, eles podem ajudá-la e você não se sentirá tão sozinha, são ótimas pessoas, estão conosco há muitos anos.”

“E vocês acham que eu poderia ficar um tempo lá?” Perguntou ela

“Sim, você ficaria na casa, continuarei pagando os funcionários como sempre fiz, este gasto você não terá.”

“Mas Dr. Sem trabalho, não poderei me manter, e não quero em hipótese alguma que o senhor e dona Júlia pensem em  me sustentar, se assim quisesse, voltaria a viver com meus pais, eles tem condições para isso.”

“Calma menina”- disse Luís em tom de brincadeira- “Pensei que poderíamos alugar sua casa, o valor do aluguel eu enviaria á você, assim teria como se manter perfeitamente bem e com sobra. O que acha?”

Nina gostou da ideia

“Adoraria Dr. Seria uma nova oportunidade... mas trabalho... este não creio que consiga. É importante para mim o senhor entende?”

“Sim, tem grande potencial. Imagino o quanto será difícil se acostumar a vida doméstica... pense que está de férias.” Concluiu Luís bem humorado.

Ela retribuiu-lhe o sorriso e concordou.

“Farei isso Dr. é o tempo para arrumar minhas coisas e estarei pronta para ir.”

“Sim, vou mandar um mensageiro levar minhas ordens aos dois para que mantenham a casa a nossa espera,
eu e Júlia a levaremos. A casa já está mobiliada não precisará levar seus móveis. Poderemos ir assim que estiver pronta." 

“Obrigada de novo, Dr. Luís. Nunca poderei agradecer ou pagar-lhes o bem e ajuda que me fizeram e que continuam a fazer.”  Ela falou com o olhos marejados de lágrimas.

“Ahhh estava me esquecendo, vou pagar-lhe todos os direitos pelo tempo que trabalhou conosco, terá uma boa reserva filha.”

“Ah Dr. O senhor e dona Júlia são como anjos em minha vida, muitíssimo obrigada.”


Nina foi pra casa, precisava agora arrumar suas coisas o mais rápido possível, não iria ficar no vilarejo mais tempo que o necessário...

Um comentário:

  1. Que estória envolvente, tão rica nos detalhes, é como se participássemos da mesma.Parabéns pela escrita tão bem feita, de fácil entendimento.

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