quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Recomeçar - A primeira surpresa

Nina acordou com o sol batendo em sua janela, o ambiente era leve, a cama com dossel trazia um ar romântico e muito especial ao quarto.
Levantou-se abriu a janela, ficou maravilhada com a vista. 
Realmente era um presente estar hospedada ali por uns tempos.
Geralda bateu na porta
“Pode entrar”
“Bom dia senhora.” Cumprimentou a governanta olhando pela fresta da porta.
“Bom dia Geralda, entre.”
“Trouxe-lhe o desjejum, frutas, suco de laranja e pão, espero que goste. ”
“Geralda adoro, mas não precisa fazer isso. Descerei todos os dias e tomarei café lá embaixo, está bem?”
“A senhora é quem sabe Dona Nina, eu fazia sempre isso para Dona Júlia, farei para a senhora também com prazer.”
“Agradeço demais sua gentileza minha querida, mas eu prefiro continuar com meus hábitos, há anos não me servem café na cama, não quero ficar mal acostumada.”
Nina explicou brincando, recebendo o doce sorriso de Geralda que se virou para sair.
“Geralda.... não me chame de senhora... me chame apenas de Nina, pode ser?”
“Como quiser ...Nina.”
Ela tomou o café, se vestiu e pegou a bandeja para levar para a cozinha......
Uma carruagem parou em frente ao portão de entrada, Ilídio foi atender Geralda ficou espiando, quando viu que Ilídio abriu o portão para a carruagem entrar, correu pela casa gritando
“Nina.... Nina.... Dona Nina....”
“O que houve Geralda?” Perguntou ela olhando do alto da escada, com a bandeja do café na mão, enquanto Geralda subia as escadas para falar-lhe:
“Nina... chegou...uma carruagem..... chique ...bem chique...” Disse a governanta tentando recuperar o folego.
Assustada Nina deixou a bandeja no aparador, puxou Geralda pela mão e trancaram-se no quarto, caminhou até a janela para tentar ver quem era enquanto buscava saber da governanta de quem se tratava.
“Você conseguiu ver quem era?”
“Só de longe, Nina, é alto, não é muito novo não.”
“Quem será Geralda ninguém sabe que estou aqui?” 
 Um frio percorreu sua espinha.
 “Meu Deus.... que não seja Fabrício. ” 
 Ela ajoelhou-se em posição de prece e alguns instantes depois falou:
“Geralda, desça vá tentar descobrir quem é, não fale nada apenas ouça e venha me dizer o que descobrir, veja se é alguém que você conhece.”
“Volto logo, não abra a porta enquanto eu não falar que esta tudo bem.”  
Orientou a governanta retirando-se do quarto.
Pareceu-lhe uma eternidade aqueles minutos até que Geralda voltasse:
“Nina abra a porta, está tudo bem é um conhecido, você deve conhecê-lo também porque ele disse que já viu você na loja do Dr.Luís.”
Nina puxou Geralda para dentro e perguntou:
“Ele disse o nome? ...É loiro? .... Tem olhos de que cor?” 
Ela interrogava Geralda sem dar tempo para respostas
“ Calma Nina, não vi nada disso não.  Ele já veio várias vezes aqui com Dr. Luís e Dona Júlia, não lembro o nome dele.
A tensão no rosto dela sumiu, era Heitor só podia ser ele. Desceu as escadas correndo, e foi á sala de estar, onde o encontrou de costas olhando o jardim pela janela.
“Heitor?” Ela o chamou
“Nina.” Ele caminhou até ela cumprimentando-a com seu jeito gentil e habitual. 
“Perdoe minha petulância em vir visitá-la sem aviso.”
“Heitor, meu amigo fez bem em vir, como é bom vê-lo aqui.”
Em um instinto indomável, ela o abraçou, percebendo seu atrevimento e pensando em afastar-se dele,  sentiu seu abraço carinhosamente retribuído por ele.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário