quinta-feira, 28 de julho de 2016

Por amor - A primeira crise



Nina acordou, aos poucos foi se lembrando da noite anterior, olhou para o lado, Jonas não havia sequer deitado na cama. Arrumou-se para o trabalho, ao chegar a sala, deparou-se com Jonas dormindo no tapete. Inutilmente tentou chamá-lo várias vezes, ele se agitava, praguejava, a empurrava, não acordou. Decepcionada, pegou sua bolsa e foi para a loja.
Enquanto caminhava, pensava que alguma coisa havia mudado, o que haveria acontecido? Este comportamento de Jonas definitivamente não a agradava. Conversaria com ele a noite, em casa após o jantar...
“_Você pode me explicar o que foi “aquilo” ontem? “ Perguntou-lhe
“_Aquilo o que? “ Retrucou ele em tom agressivo enquanto lustrava os sapatos.
“_Escute aqui, não me subestime Jonas, não vou admitir que você me trate desta forma, vamos conversar civilizadamente? ...O que está acontecendo? ... Meu marido sai de casa pela manhã, um homem que não conheço volta pra casa, dorme no tapete... embriagado, agora me trata como se não me conhecesse?” Nina andava pra cá e pra lá com a mão na cintura esperando a resposta.
“_ Não tenho o que explicar Nina... as coisas mudam, pessoas mudam, cada um é livre à tomar suas próprias decisões... Ou não? ” Disse ele numa naturalidade impressionante.
“_ Mas... só me faltava esta agora. Então me fale. O que mudou... quem mudou? Asseguro que não fui eu.” Um silêncio incômodo tomou espaço entre os dois, até Jonas o quebrar:
“ Olha, Vamos deixar isso pra outra hora, depois conversamos, agora tenho que sair.”
“_ Vai sair está hora? Aonde vai Jonas? Posso saber? E como...deixar pra outra hora? Não... definitivamente... alguma coisa esta acontecendo, e você vai me falar, nunca tivemos este comportamento um com o outro.” Nina falou, com os olhos cheios de lágrimas. Jonas caminhou em direção a porta, pegou seu chapéu, olhou para Nina e falou:
“Não me espere, vou demorar, amanhã falaremos sobre isso!”
Não era possível que as coisas mudassem de uma hora para outra desta forma, ela estava arrasada e incrédula com este comportamento do marido. Por um instante permitiu-se voltar no tempo, lembrou-se da opressão e submissão que foi obrigada a viver ao lado de Fabrício. Respirou fundo, enxugou a lágrima decidida a fazer tudo diferente, não iria se submeter aos caprichos de mais um homem, mesmo o amando e sendo ele seu marido, ela não daria à ele poder sobre ela ...

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