sexta-feira, 29 de julho de 2016

Por amor - Recomeçar

Jonas alcançou Nina, agarrou-a por trás impedindo-a de seguir, 
ela soltou-se dos braços dele com firmeza.
“_ Aproveite o domingo, e vá pegar suas coisas.”  Disse ela voltando a caminhar em direção a estradinha de terra.
“_ Espere, vamos conversar?!!! “ Ele acalçou-a novamente agarrando-a pelo braço.
“_ Me solte, por favor? Não temos mais nada á falar um com o outro Jonas.” Ela disse isso com uma seriedade que o assustou, soube naquele momento, pelo seu tom de voz que ele jamais a teria novamente.
Ela continuou caminhando em direção a estrada anestesiada com o que havia acontecido. Ainda estava claro, com sorte poderia encontrar algum morador a caminho da igreja antes de escurecer, caso contrário caminharia mais de uma hora...no escuro, mas seu medo foi superado pela dor que sentia agora, suas lágrimas escorriam silenciosas.
Ouviu o barulho de rodas  enxugou as lágrimas, viu uma carruagem. O cocheiro parou, da janelinha um dos homens que estavam junto a ela no grupo em que foi apresentada durante a festa, perguntou:
“_ Para onde vai a senhora sozinha esta hora? “ Brincou o homem
“_ Vou para a cidade, poderia levar-me?”
O homem, ajudou-a a subir e continuaram o caminho.
“_ Encantado em conhecê-la, Heitor a seu dispor.” Apresentou-se o homem beijando-lhe o dorso da mão.
“_  O prazer é meu em conhecê-lo, Senhor. 
Maria Emília, ou melhor, Nina, é como sou chamada, um apelido de infância. Desculpe-me por meu atrevimento, já esta escurecendo e não é muito seguro á ninguém andar a esta hora por esta região.” 
“_ Não precisa se desculpar, é um prazer tão doce companhia, mas.. Se me permite perguntar, porque está voltando sozinha?”
“_ Não me senti bem, achei melhor ir para casa.”
“_ Se está se sentindo mal, podemos procurar um médico....”
“_ Não! Não é preciso, me sinto melhor, deve ter sido o calor, obrigada.”
E assim, foram conversando coisas triviais. Ela lhe disse que trabalhava na loja de antiguidades. Heitor animado disse ser amigo do dono da loja em que ela trabalhava, falou que era viúvo e que estava de viagem para visitar o filho que morava em Londres.
“_ É aqui, muito obrigada senhor Heitor, sou-lhe imensamente grata. “
Eles se despediram, Nina acenou vendo a carruagem se afastar.
Seu sorriso apagou ao olhar para a porta de casa, agora ela estava novamente sozinha, 
não era hora de chorar....era hora de recomeçar....

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