O encanto do orquidário

O encanto do orquidário

Já era tarde!
Nina,  caminhava sozinha por entre as alamedas
a noite estava, quente, tranquila,
raios intensos de luar  iluminavam seus passos,
por entre as árvores,
Ouvindo um barulho abafado...virou-se para olhar;
viu então aquele homem sentado na beira da calçada.
Franziu a testa pelo estranhamento de tal situação;
virando-se, continuou sua caminhada devagar,
não resistindo a olhar novamente pra trás...
o homem não estava mais lá... mas que rapidez! Pensou.
Continuou andando, perdida no pensamento,
o que teria acontecido?
Caminhou então,  a largos passos
até chegar a entrada de casa, abriu e fechou o  portão
tão rapidamente quanto o sumiço do tal homem.
Caminhando em direção a porta da entrada de casa,
ouviu novamente o barulho abafado,
parou....inclinou a cabeça para ouvir melhor...
nada mais se ouviu, nenhum ruído, nada...
ela caminhou devagar pela lateral do sobrado,
indo na direção do jardim.
Uma imensa luz começou a surgir por trás do orquidário,
sem pensar... dirigiu-se rapidamente
ao encontro do misterioso facho de luz.
Ao aproximar-se, escondeu-se por entre os arbustos,
e ficou a espiar... o que seria aquilo?
O facho de luz começou a se mover,
vindo cada vez mais para perto da sua visão,
seu coração acelerou, o medo começou a gelar-lhe  as mãos...
mas ela não se moveu, ficou ali, quietinha, esperando ....
Então ... diante de seus olhos o homem (aquele da calçada)
apareceu, não a viu.. ela é quem o observava...
ele pegou três orquídeas, as mais lindas que haviam nascido...
esfregou-as entre as mãos, um enorme perfume invadiu
todo o espaço, chegando até Nina.
O homem, jogou para o alto as orquídeas amassadas,
e acompanhou sorrindo o subir lento das coloridas flores.
Nina pode ver como era lindo o homem,
jamais virá tamanha beleza,
continuou a observar ... ele ainda olhava para o alto
de súbito se abaixou,  amparando nas costas
o que restou das orquídeas.
Nina ficou sem reação, encantada...
era um espetáculo o que estava agora presenciando!
Percebeu que asas começavam a crescer,
ao pousarem nas costas do grande homem.
Muito lindas, as asas tinham a mesma cor das raras orquídeas,
branca, dourada e vermelha.
O homem se ergueu, abriu suas asas,
ficando parado uns instantes,
devagar olhou para trás, na direção em que Nina estava..
abriu um lindo sorriso para ela,  e levantou seu voo...
deixando apenas um surpreendente perfume
e uma certeza que Nina jamais esqueceria...
jamais estaria sozinha... aquele era seu anjo da guarda!

Por Sônia Regina